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Reconhecimento Internacional do Trabalho do SESC

30 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

O SESC – Serviço Social do Comércio de São Paulo tem o seu trabalho reconhecido num artigo publicado no The New York Times, escrito por Larry Rother, e republicado em português no site da UOL. O prestígio que esta instituição conquistou não somente a destaca das suas similares brasileiras como no atual cenário internacional onde organizações voltadas à cultura lutam com dificuldades de doações. O artigo destaca que a integração de tudo, teatro, piscina, biblioteca, restaurante, curso e museu, é muito inteligente, como reconhecido por Nan van Houte, diretor do Netherlands Theater Institute e ex-presidente da Rede Internacional para Artes Performáticas Contemporâneas.

Para quem começou a frequentar o SESC há mais de 50 anos, quando se resumia a algumas poucas atividades, há que se reconhecer a influência do seu diretor regional do Estado de São Paulo, o sociólogo Danilo Santos Miranda, que possui um conhecimento invejável e conseguiu montar uma equipe eficiente que cuida de todas estas atividades, que está no seu comando há mais de 25 anos. Consegue ter uma visão completa das necessidades sociais humanas, promovendo eventos nacionais, regionais e internacionais que qualificam a instituição como uma das mais influentes do Brasil.

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Danilo Santos Miranda e unidades do SESC Pinheiros e SESC Pompeia

O SESC conta com dezenas de centros espalhados por bairros de São Paulo como no interior do Estado, com características adequadas para atender os seus associados como o público em geral. É uma instituição que vive de 1,5% da folha de pagamentos dos comerciários, que estão aumentando em número e passam por uma substancial melhoria das suas remunerações, permitindo que seja utilizado em cultura em geral algo como US$ 600 milhões anuais, que continua crescendo cerca de 10% ao ano.

Além de ter um orçamento invejável, a programação que apresenta proporciona expressivos retornos para os comerciários como a população em geral, desde os mais modestos empregados como até intelectuais que frequentam os seus múltiplos eventos. Os ingressos dos espetáculos e shows de música popular precisam ser adquiridos, e a preços módicos, logo que são lançados, pois os mais procurados esgotam em horas, mesmo promovidos por alguns dias em auditórios de médio porte. Os mais cultos são promovidos em salas menores, mas ajudam os frequentadores a passarem por novas experiências que os enriquecem culturalmente.

Danilo Santos Miranda declara que “…norteador fundamental é usar a cultura como uma ferramenta para a educação e a transformação, para melhorar a vida das pessoas”. Intelectuais reconhecem que se trata de um processo de inclusão social, e deve-se reconhecer que isto ocorre de forma muito eficiente, quando se nota nas plateias pessoas simples ao lado de conhecedores profundos das artes que estão sendo apresentadas.

O SESC desempenha um papel importante como uma editora e mesmo de lançamentos de CDs que não são meramente comerciais, citando-se como exemplo um que exigiu o contrato de um musicólogo grego para gravar composições que estavam em mosteiros brasileiros por quase 300 anos.

Muitas artes experimentais e ousadas acabam também merecendo espaço, tanto nacionais como internacionais, ampliando as oportunidades dos brasileiros tomarem conhecimento do que se faz na vanguarda da arte. Mas também espetáculos populares regionais do Brasil são promovidos, informando sobre a ampla diversidade cultural brasileira.

O SESC merece entusiasmados aplausos pelo que promove, com uma direção de um competente promotor cultural, e os empresários que o mantém por tanto tempo, com total independência de iniciativa também merecem respeito, pois estão desenvolvendo para a população estas receitas para-fiscais, com uma eficiência pouco encontrada em todo o mudo.



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