Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Uso de Medicamentos Genéricos no Japão

13 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Não faz muitos anos que vêm ocorrendo mudanças no mercado japonês de medicamentos. No passado, os médicos que atendiam nos hospitais prescreviam medicamentos para os seus pacientes que eram fornecidos no próprio hospital, na quantidade exata da prescrição. Depois, começaram a ser vendidos em farmácias localizadas nas proximidades das residências japonesas. Agora, o jornal Nikkei informa que está havendo um aumento substancial do uso de medicamentos genéricos, muitos produzidos no exterior.

A partir de 1º de abril último, os médicos que prescreverem medicamentos de marca precisam escrever também todas as alternativas genéricas existentes. Os genéricos respondiam por 23,6% no final de 2011, mas existem previsões que devem se elevar nos próximos anos. As indústrias farmacêuticas estão se ajustando para atender a nova demanda japonesa.

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Farmácias no Japão

Algumas grandes indústrias farmacêuticas japonesas estão se preparando para estas mudanças, inclusive ampliando suas unidades produtoras no exterior. Fazem isso isoladamente, ou em parcerias com outras empresas estrangeiras que também estão interessadas no mercado japonês, contando com custos de produção mais competitivos que no Japão.

São variadas as alternativas. A Índia já é uma grande produtora de medicamentos baratos e está ampliando algumas voltadas exclusivamente para a exportação para o Japão. Algumas indústrias japonesas estão se associando às estrangeiras como as da Índia, mas também existem as localizadas em Israel e no Vietnã, algumas de grande porte internacional, como as maiores do Japão.

Existem 40 fabricantes de medicamentos genéricos no Japão que participam da Associação de Medicamentos Genéricos do Japão, e todas anunciam o aumento de suas vendas e lucros, sendo que as pequenas e médias japonesas estão em deterioração.

Algumas empresas japonesas informam que os produtores no exterior chegam a ter somente 30% do custo dos instalados no Japão. Entre as japonesas está havendo um forte interesse pela fusão e incorporação, como uma forma de acelerar o seu processo de ajustamento à nova situação.

Este tipo de tendência vem se observando em vários países, mostrando que a indústria farmacêutica mundial terá que mudar as formas de seu marketing, que estavam concentrados junto aos médicos que prescreviam os medicamentos. Os genéricos ainda não contavam com a confiabilidade necessária, mas os grandes produtores que gozam de prestígio também estão sendo obrigados a produzir genéricos.

Mesmo com as resistências que ainda possam existir, as diferenças de preços estão ficando importantes, sendo difícil manter os de marca, a não ser em casos específicos. Há um movimento mundial que passa a considerar os medicamentos produtos essenciais e os pacientes com direito ao seu uso, mesmo movimentando o poder público.

Como as pesquisas para o desenvolvimento dos produtos farmacêuticos são custosas, com as recentes tendências no mercado mundial, parte delas terão que ser sustentadas pelos governos, principalmente quando se trata de atender os pacientes que sofrem com as calamidades públicas, que são algumas moléstias.



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