Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Valor Econômico Entrevista CEO do Grupo Zegna

16 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: ,

Uma entrevista concedida por Gildo Zegna, CEO do consagrado Grupo Zegna, para a jornalista Maria da Paz Trefaut, do Valor Econômico, esclarece algumas características dos consumidores dos seus produtos considerados de luxo em todo o mundo. Ele esclarece que os chineses já consomem 40% dos produtos com a marca Ermenegildo Zegna, uma das mais consideradas voltadas para o público masculino, cujas vendas atingiram 1,1 bilhão de euros em 2011, ao mesmo tempo em que informa como veem as características dos principais consumidores de mais de 90 países onde atuam.

Ele considera que é preciso ter sensibilidade e percepção para apostar e investir em design e produtos novos, principalmente para os mercados como do Brasil e da China que possuem público mais jovem, que têm muito interesse em novidades. Ele informa que os brasileiros preferem uma moda mais casual, possivelmente pelo clima, mas lamenta que aqui os seus produtos sejam os mais caros do mundo, depois do pagamento das tarifas alfandegárias e impostos. Muitos brasileiros adquirem produtos Zegna no exterior.

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Gildo Zegna e alguns produtos da grife Ermenegildo Zegna

A entrevistadora informa que possuem outras marcas como a Zegna Sport, Z Zegna e a Su Misura, um serviço de alfaiataria. Ele diz que no Brasil o consumo é mais casual do que México onde os consumidores são mais formais. Compara com a diferença que observa entre os russos que apreciam roupas mais formais enquanto na China são mais tradicionais. Informa que começaram a atuar na China há 21 anos em pequena escala, onde hoje possuem mais de 80 lojas.

Os chineses contam com 60 milhões de viajantes pelo mundo, o equivalente a população italiana e adquirem ainda os produtos Zegna no exterior, o que para ele é uma cifra impressionante. As lojas que possuem na China são mais modernas que as da Itália e após a recente crise estão acelerando as mudanças no país onde iniciaram suas atividades.

Ele informa que os grandes clientes nas lojas de Roma ou Paris são chineses, russos e brasileiros, e contam com vendedores que entendem seus idiomas, sendo que os brasileiros possuem mais conhecimentos de inglês, espanhol ou italiano, não necessitando de vendedores em português.

Segundo o entrevistado, a Europa apresentou problemas nestes anos recentes, e estão compensando com vendas no exterior, inclusive o Brasil, onde continuam ampliando suas lojas. Eles veem os Estados Unidos com otimismo, mais que a América Latina atualmente para seus produtos.

Eles entendem que devem continuar concentrados em produtos de luxo para os homens e continuam expandindo até em países que ainda podem exigir algumas cautelas de outros concorrentes, como a Nigéria, Angola ou Mongólia.



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