Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Esforços de Adaptação na Economia Japonesa

16 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

No atual mundo econômico conturbado e sofrendo grandes mudanças, alguns exemplos de empresas japonesas procurando novas posturas estão sendo divulgados pela imprensa. Num artigo publicado por Daisuke Wakabayashi no The Wall Street Journal sobre os esforços do grupo Hitachi, que nos últimos quatro anos somaram prejuízos de US$ 12,5 bilhões, mostra o seu esforço para se tornar uma empresa multinacional sob a presidência de Hiroaki Nakanishi, cortando funcionários e unidades deficitárias, fugindo do tradicional padrão japonês. Algo semelhante acontece com outros grupos como a Fujitsu, Nintendo, Panasonic, Sony e Toshiba, cujos resultados continuam não satisfatórios.

O jornal econômico Nikkei anuncia que a Mitsubishi Heavy desenvolveu a maior planta de recuperação do CO2, dióxido de carbono, que consegue captar 3.000 toneladas deste gás por dia, multiplicando por seis a maior até agora existente para esta finalidade. Este desenvolvimento tecnológico visa atender grandes complexos industriais, como as produtoras de energia elétrica a partir do carvão mineral e indústrias produtoras de aço. Sem as mudanças substanciais deste tipo, não parece possível se ajustar às novas necessidades do atual mundo globalizado.

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Hiroaki Nakanishi e a planta da Mitsubishi Heavy em Alabama

A meta da Hitachi é aproximar-se dos padrões mundiais onde grupos como a General Eletric, Siemens, IBM, ABB possuem margens de dois dígitos sobre as suas vendas, perseguindo um resultado em torno de 10%, quando as japonesas não conseguem a sua metade. Para tanto, precisam se concentrar nas atividades que proporcionam resultados expressivos, eliminando as de baixa performance, de forma radical. O presidente Nakanishi é um executivo criado dentro do grupo, mas a empresa vem absorvendo outros provenientes de grupos estrangeiros.

O grupo já reduziu no ano passado 10,5% dos seus funcionários, quando era a maior empregadora japonesa. Alguns analistas indicam que como outros grupos procuram adotar padrões de empresas líderes, tudo indica que outras japonesas procurarão seguir a linha de altos resultados da Hitachi. Segundo Nakanishi, já não basta tentar vender no exterior o que produzem no Japão, mas “é preciso ir até o local, aprender a língua e sentir o mercado por você mesmo”, linha que já viemos recomendando a muitos deles grupos japoneses.

No caso da Mitsubishi Heavy, como muitas plantas estão sendo obrigadas a substituir as produções de energia atômicas, ocorre um brutal aumento da produção de CO2, pois um milhão de quilowatts gera cerca de 12.000 destes gases por dia. Eles já conseguiram encomendas no Japão, na Índia, na Malásia, em Abu Dhabi e nos Estados Unidos, e ampliaram suas tecnologias para capacidades mais elevadas.

A ideia é aproveitar as experiências anteriores com plantas menores, com mais de 20 anos de experiência no setor de atividades verdes na recuperação de gases. Esperam mais que triplicar suas vendas relacionadas com estas atividades.

Observam-se esforços dos grupos japoneses para a internacionalização e as produções sustentáveis, hoje demandadas por todo o mundo.



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