Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Estes Nossos Maravilhosos e Vulneráveis Órgãos da Visão

18 de maio de 2012
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos, Saúde, webtown | Tags: , , , ,

Oftalmologistas alertam: a chegada do inverno com queda de temperatura, baixa umidade e o resfriamento do ar deixam os olhos mais vulneráveis a irritações, agravando problemas como a síndrome do olho seco e a conjuntivite. Clima seco e aumento da poluição são fatores ambientais que fazem os olhos sofrer. Salas com calefação e ar condicionado, uso contínuo e prolongado de computadores, sem pausas adequadas para descansar os olhos, podem piorar ainda a situação. A desagradável sensação de secura, cansaço visual e vermelhidão podem ser aliviados por colírios de “lágrima artificial”, se adequadamente indicados por médico oftalmologista.

Por outro lado, exposição à intensa radiação solar de verão tropical, como no Brasil, pode provocar fotofobia: olhos vermelhos, sensação de corpo estranho, lacrimejamento. Recomenda-se proteção redobrada quando ficamos expostos ao sol e aos raios ultravioletas. Hoje em dia, existem excelentes lentes escuras que proporcionam proteção e conforto, absorvendo as radiações luminosas insalubres. São lentes fotossensíveis, fotocromáticas ou tingidas – cuja adequação para óculos individuais deve ser também conferida pelo oftalmologista. O brilhante sol tropical do Hemisfério Sul muitas vezes é tido como vilão para a saúde dos nossos olhos.

imagesCASO9WSBcrianças

7anatolho

Segundo relata editorial do The Japan Times, resultado de pesquisa recente publicada no jornal médico The Lancet, indica que a maioria de graduados em escolas secundárias do Leste Asiático sofre de miopia. O fator que piora esse índice não é genético e nem tanto tempo longo demais gasto em leitura, escrita, ou estudos. A causa real é bem básica: a falta de exposição suficiente à luz solar ao ar livre.

A pior condição da visão se constatou nas grandes cidades da China, Taiwan, Hong Kong, Japão, Cingapura e Coreia do Sul. Os índices de miopia nessas regiões atingem consistentes 80 a 90% entre jovens. Destes, 10 a 20% sofrem de miopia severa, em condições de levar a graves danos, quiçá à cegueira. Amplo estudo comparativo mostra que o índice de miopia na Grã Bretanha, por exemplo, é de 30 a 40% entre jovens, e na África, de 2 a 3%. A média do índice de miopia fica entre 10 a 20% no resto do mundo.

Atribuía-se vista fraca a fatores genéticos. Porém, por amostragem comparativa, ficou claro que nessas outras regiões, a exposição à luz solar ocorria normalmente em grande parte do dia, principalmente entre crianças. Enquanto no Leste Asiático alunos chegam da escola à tarde e permanecem dentro de casa para fazer lições, ou ficam frente a telas de TV, computadores e games. Constatou-se que excessiva leitura e uso dos olhos não era a causa primária da vista fraca. Ficou claro que a exposição à luz natural estimula a liberação de dopamina, que ajuda o globo ocular a se desenvolver naturalmente, sem que se tornem alongados – condição que distorce o foco visual. O fato de se expor de duas a três horas diárias à luz solar contrabalançaria as longas horas passadas em recintos fechados, para o saudável crescimento do globo ocular.

Esta pesquisa só vem corroborar o que todos sabíamos da vital importância de atividades balanceadas ao ar livre para o sadio desenvolvimento físico e mental das crianças. Entretanto, seria desejável que pesquisa similar fosse realizada em países como o Brasil. O ideal seria que todas as crianças tivessem direito à sua porção de atividades diárias ao ar livre, nas horas amenas em que radiações solares estejam mais isentas de raios nocivos. Mas em grandes cidades, como na nossa própria São Paulo, violência nas ruas, atribulada vida de pai e mãe precisando trabalhar o dia todo, e falta de espaço público comum e seguro, fazem das crianças vítimas de reclusão involuntária, em condições iguais talvez às daquelas de cidades do Leste Asiático. Embora, sob o Trópico de Capricórnio, tenhamos nestas bandas luz solar abundante e brilhante a maior parte do ano.



Deixe aqui seu comentário

  • Seu nome (obrigatório):
  • Seu email (não será publicado) (obrigatório):
  • Seu site (se tiver):
  • Escreva seu comentário aqui: