Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Edição Especial da Análise da Gestão Ambiental

13 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , ,

Como nos ensinou a prêmio Nobel de Economia, Elinor Ostrom, no artigo sobre o qual postamos uma nota neste site, a reunião de cúpula das Nações Unidas conhecida como Rio + 20 não pode ser considerada um fracasso devido ao momento desfavorável da economia mundial. Ainda que algumas expectativas sejam consideradas baixas, como num artigo publicado pelo O Estado de S.Paulo, significativos avanços estão ocorrendo na base até da economia brasileira. Um relatório minucioso e precioso acaba de ser publicado pela Análise Editorial, em português e inglês, mostrando o que está se fazendo no Brasil de forma concreta.

O abastecimento de água passou de 96% dos municípios em 1989 para 99% em 2008, a coleta de lixo de 80% em 1992 passou para 98% em 2008, a coleta de esgoto de 47% em 1989 para 55% em 2008, a reciclagem de alumínio de 39% em 1992 para 98% em 2010, o licenciamento ambiental emitido pelo Ibama de 2 em 1992 para 624 em 2011, as áreas verdes protegidas de 67 milhões de hectares para 75 milhões em 2010, gases nocivos à camada de O³ de 8 mil toneladas para 0,4 mil toneladas em 2009, enquanto a população brasileira passou de 147 milhões em 1991 para 192 milhões em 2011. Existem muitas coisas a serem feitas ainda, mas o que vem se conseguindo já parece expressivo.

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O relatório compila dados de cinco anos de pesquisas traçando um panorama e define os padrões das políticas de gestão ambiental das maiores empresas do Brasil. Com critérios técnicos explícitos no relatório, informa-se sobre os responsáveis por tais resultados diferenciados por setores da economia, mostrando o que se encontra no ISO 14001, relacionados com as identificações e manejo dos riscos ambientais. A evolução dos treinamentos efetuados sobre o consumo consciente, bem como o uso de energia limpa, inclusive os patamares alcançados no uso da energia, além dos produtores de biomassa que saíram na frente, mas não avançam. A gestão do lixo, bem como o engajamento do comércio e dos serviços, além do que vem acontecendo no setor agrícola.

Todos os dados coletados foram publicados, diferenciados por setores e por regiões, dando um quadro bastante expressivo do que está ocorrendo. Também os trabalhos das organizações não governamentais, as ONGs foram informadas.

Tudo isto mostra que também uma parte responsável da imprensa está engajada no levantamento sistemático das informações, fornecendo o quadro do que evolui de forma satisfatória, mas também apontando o que não pode ser considerado suficiente.

Voltando ao que nos ensinou Elinor Ostrom, os que esperam que medidas globais tenham avanços significativos, não estão conectados com a realidade que acontece em nível de cada empresa, de cada município e de cada consumidor.

O problema da sustentabilidade do desenvolvimento econômico é muito complexo e se não ocorrer na base de toda a população, não vão ser os meros acordos internacionais que podem proporcionar um panorama claro do que está acontecendo.



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