Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Indústria Chinesa de Equipamentos Para a Construção Pesada

11 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , | 6 Comentários »

Muito se conhece sobre os feitos chineses, mas pouco ainda é divulgado sobre a globalização de suas empresas privadas em setores de tecnologia de ponta, como a da construção pesada. Uma entrevista publicada no China Daily, elaborado pelos jornalistas Hu Haiyan e Feng Zhiwei, informa sobre suas atividades, com base na entrevista feita com o seu presidente mundial Xiang Wenbo, 50 anos, sobre as atividades na China e no exterior, que ganham um forte impulso com a parceria estabelecida com a tradicional empresa alemã Putzmeister de equipamentos para a construção pesada. A Sany do Brasil já atua no país, e está construindo uma grande planta em Jacareí, ao longo da rodovia Presidente Dutra, que deverá estar operando plenamente em 2013. Ela já atua com seus equipamentos na construção dos estádios voltados para a Copa do Mundo de 2014 em Brasília, Fortaleza e Cuiabá e ajudou na recente concretagem da Usina de Fukushima Daiichi.

Como todos sabem, a China conta com 50% da capacidade mundial de construção civil, e o volume de suas atividades no setor nas últimas décadas impressiona a todos. Suas edificações estão entre as mais avançadas, suas autoestradas competem com as europeias e o seu sistema de trens rápidos e metrô são construídos com velocidades que não se encontram em outros países. O Grupo Sany iniciou as suas atividades em 1989, formada pelos seus sócios Liang Wengen que é o seu Chairman atual (considerado o maior milionário chinês), Tang Xiuguo, Mao Zhoungwu e Yuan Jinhua. Um dos sócios fundadores é o responsável pelo projeto no Brasil, mostrando que consideram o país um mercado promissor para seus equipamentos, inclusive suas pesquisas para inovações. No seu site abaixo se encontra informações sua atuação no Brasil: http://www.sanygroup.com/abroad/brazil/pt-pt/

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Xiang Wenbo, presidente da Sanyy. Sany do Brasil e seus equipamentos

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Evento que marcou a parcveria da Sany Group com a alemã Putzmeister

O Grupo Sany faturou US$ 12,6 bilhões em 2011 e mostra-se disposta a continua a ampliar a sua presença na China, que deverá continuar a aumentar o seu setor de construção de imóveis como de infraestrutura. Mas, aproveitando a sua experiência, esta empresa está ampliando suas atividades no exterior, atuando como uma empresa globalizada.

Para tanto, estabeleceu uma parceria com a empresa alemã do setor, a Putzmeister, que conta com uma rede para comercialização internacional, que detém 40% do mercado global de equipamentos para concretagens. A Sany procura estar presente em eventos que promovam o seus produtos como ajudando na concretização da Usina de Fukushima Daiichi que foi danificada pele terremoto. Conta com 60.000 funcionários em mais de 150 países, sendo a sexta empresa no mundo no seu setor.

Já está presente no Brasil com a capacidade de montagem de 700 equipamentos/ano. Participa da construção de estádios voltados para a Copa do Mundo de 2014, mas seu projeto mais importante está sendo a construção de sua unidade industrial em Jacareí, no Estado de São Paulo, ao longo da rodovia Presidente Dutra, que deverá estar funcionando em 2013.

A Sany reconhece que a constante pesquisa na produção dos seus equipamentos é relevante, estabelecendo unidades para tanto na Índia, Estados Unidos e Alemanha. Reconhece que existe mal entendidos sobre empresas chinesas no exterior, o que levou a operar na Alemanha sem o envio de nenhum funcionário chinês.

Já conta com 862 patentes aprovadas dentro de um total de 1.560 solicitadas. Reconhecendo que pesquisa e desenvolvimento são de fundamentais importâncias, conta com 10.000 empregados voltados a este setor, ou seja, um sexto de todos os seus funcionários.


6 Comentários para “Indústria Chinesa de Equipamentos Para a Construção Pesada”

  1. Aloísio Machado Ribeiro
    1  escreveu às 19:39 em 11 de junho de 2012:

    Assim como os japoneses e os coreanos, os chineses copiam os produtos feitos por empresas ocidentais. Inundam, também, o nosso mercado com mercadorias de baixa qualidade como canetas Big, escovas de dente Colgate, tênis Nike etc. A China não respeita patentes e não se esforça em punir os imitadores de relógios Rolex, bolsas Louis Vuitton etc. A presidenta Dilma Rousseff deveria impedir a entrada de companhias chinesas. Os japoneses já compraram muitas coisas no Brasil e, daqui a pouco, seremos comprados pela China. Não podemos nos tornar uma África. Esta é a declaração de um cidadão nacionalista.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 20:20 em 11 de junho de 2012:

    Caro Aloisio Machado Ribeiro,

    Infelizmente acho que suas informações estão defazadas. Os brasileiros também estão comprando empresas no exterior, neste mundo globalizado. Isto acontece com o suco de laranja, bebidas (como a Ambev), carnes, além das operações no exterior da Petrobrás como a Vale e a Embraer. Os chineses já estão trabalhando com produtos de alta tecnologia em muitos setores. O nosso intercâmbio é dos mais importantes no mundo. Hoje não existe mais país que se mantem isolado, talvez a Coreia do Norte seja uma das poucas.

    Paulo Yokota

  3. Lucas Capez
    3  escreveu às 12:24 em 12 de junho de 2012:

    Estou de acordo com o Dr. Paulo Yokota. Lembrando que muitos produtos da Intel, Sony, Panasonic, AMD, SanDisk, Philips etc. são feitos na China e exportados para o mundo. Aliás, faz muito tempo que o Japão e a Coreia do Sul são reconhecidos pela qualidade e alta tecnologia de seus produtos (navios, computadores, carros etc.).

    A colocação do Sr. Aloísio Machado Ribeiro é sem fundamento, portanto.

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 14:11 em 12 de junho de 2012:

    Caro Lucas Capez,

    Obrigado pelo comentário. A necessidade é a mãe de muitas inovações. Muitas empresas japonesas estão transferindo parte de suas produções para o exterior, inclusive a China. E mesmo nas pesquisas está se encontrando novos mecanismos no Japão, como V. poderá notar nos artigos que devemos postar com a brevidade possível. Acredito que está havendo também no Brasil novas iniciativas, como consta do suplemento do Valor Econômico.

    Paulo Yokota

  5. Paulo Roberto Ramos
    5  escreveu às 17:32 em 12 de junho de 2012:

    O Aloísio Machado Ribeiro deve desconhecer que no Pólo Industrial de Manaus há 35 multinacionais nipônicas e 17 sul-coreanas. No Brasil, segundo informação de um agente estatal, há cerca de 350 empresas do Japão dos mais variados setores. Grandes grupos industriais da Coreia do Sul também vem investindo na nossa terra. Não é possível que o mencionado leitor jamais tenha ouvido falar em Kia, Samsung, Hunday, LG, Hitachi, Toshiba, Yamaha entre muitas outras marcas renomadas. Uma boa noite.

  6. Paulo Yokota
    6  escreveu às 10:34 em 13 de junho de 2012:

    Caro Paulo Roberto Ramos,

    Obrigado pelos comentários.

    Paulo Yokota


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