Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Segurança Internacional na Ásia

2 de julho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , ,

Ainda que Toyohisa Kozuki seja um funcionário público, vice-diretor geral do Bureau de assuntos europeus no Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão, e acabe refletindo uma posição oficial, o seu artigo divulgado pelo Project Syndicate apresenta alguns aspectos que devem ser considerados importantes. Ele revela a surpresa com a declaração de Barack Obama sobre o esforço de aumentar a segurança na Ásia com a capacidade norte-americana, quando o seu país está sobrecarregado com outros encargos. Mas ele revela que também a Rússia promove a reunião de cúpula da APEC – Asia Pacific Economic Cooperation, em Vladivostok, mostrando interesse nos mecanismos regionais de fortalecimento da segurança internacional de forma preventiva.

Os dois países participaram da EAS – East Asia Summit que, junto com a ARF – Asean Regional Forum, representam os mesmos esforços, ao lado da segurança com relação ao meio ambiente. Segundo o autor, procura-se um padrão de relacionamento construtivo com o aumento da confiança, diplomacia preventiva e resolução de conflitos.

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Toyohisa Kozuki

No fundo deste cenário, encontra-se o fortalecimento recente do poder militar e econômico da China, principalmente nos mares sul e leste daquele país, onde os diversos países da região procuram mecanismos de resolver alguns atritos, no âmbito regional. Procuram envolver os problemas dos desastres naturais que estimulam o intercâmbio da assistência, mais facilmente aceita por todos.

O Japão adota a posição que deve contar com a plena participação da China, que é hoje o principal parceiro comercial da maioria dos países da região. Procura aproveitar as experiências como da OSCE – Organization of Security and Cooperation in Europe, que se contrapõe a NATO – Tratado de Organização do Atlântico Norte, do tempo da guerra fria, quando o Ocidente procurava se contrapor ao Leste.

Pode-se acrescentar nesta discussão que as intervenções internacionais nos conflitos do Oriente Médio e da Ásia têm sido de elevados custos, e poucos resultados de pacificação e cooperação, caminhando-se para resolver menores atritos com soluções regionais.

Mas quando as fricções se tornam contínuas envolvendo grandes potências econômicas e militares, há que se encontrar mecanismos de convivência, ainda que existam pontos de vista divergentes. Não se pode imaginar hoje conflitos de escala mundial.

O problema nunca ficará totalmente resolvido, pois os países que podem continuarão aumentando suas influências ainda que seja por infinitésimos, e os países de menor potência necessitarão continuar a depender dos próprios esforços para manterem a sua independência. A pressão internacional, do ponto de vista prático, ainda parece pouco operacional, como está se observando nos casos da Síria e da Palestina, infelizmente.



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