Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Interessante Perspectiva Para a Agricultura Futura

13 de julho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: ,

É evidente que todas as análises abrangentes como a que acabou de ser publicada pela OECD (Organization for Economic Co-operation and Development) em conjunto com a FAO (Food and Agriculture Organization), a última organização que é parte das Nações Unidas, mesmo contendo informações detalhadas por muitos países, acabam sendo genéricas. No entanto, fornecem um quadro de importantes constatações e listagem de desafios da atual agricultura em todo o mundo. Leva o título de “OECD-FAO Agricultural Outlook 2012-2021”, sendo útil para conhecimento de todos os analistas que se preocupam com assuntos importantes para a humanidade.

O documento objetiva a construção de um razoável consenso sobre as perspectivas globais para a agricultura, a pesca e o setor alimentício, levantando os problemas que os afetam. Projeta-se o mercado para biocombustíveis, cereais, óleos de sementes, açúcar, carnes, laticínios e todos os frutos do mar, para o período 2012-2021, o que exige escolher algumas hipóteses. Os preços tendem a decrescer, o que acaba colocando desafios importantes. Como a oferta vai responder às futuras demandas, diante dos aumentos dos preços dos insumos, limitações de recursos, necessidades de preservação do meio ambiente e incertezas climáticas. São assuntos chaves para o aumento da produtividade de forma sustentável

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Os preços dos produtos agrícolas vêm apresentando uma forte volatilidade, dependendo do clima, e a inflação provocada por eles afetam diversos países. E o relatório espera que o mesmo vá continuar acontecendo nos próximos dez anos, em termos nominais. Mas, em termos reais (excluída a inflação), devem reduzir-se ou manter-se estáveis.

A agricultura mundial está se ligando crescentemente com o mercado de energia, até por fornecer combustíveis não poluentes e renováveis. Prevê-se que, com o acréscimo de áreas agriculturáveis e o aumento da produtividade dos países em desenvolvimento aumentarão o seu suprimento, e o seu crescimento está se prevendo atingir 1,9% por ano, comparado com 1,2% dos países desenvolvidos.

A população mundial deverá aumentar em cerca de 680 milhões de habitantes até 2021, principalmente na África e na Índia, demandando mais alimentos. Prevê-se que países como Brasil, China, Indonésia, Tailândia, Rússia e Ucrânia farão significantes investimentos para aumentar a capacidade produtiva, e deverão aumentar a exportação de arroz, óleos comestíveis, vegetais, proteínas, açúcar, carne bovina, frangos, peixes e outros produtos marinhos.

O etanol e o biodiesel devem dobrar a sua produção até 2021, como no Brasil. Os estoques de cereais deverão decrescer, contribuindo para a volatilidade dos seus preços. Óleos comestíveis deverão aumentar de produção em países tradicionais fornecedores e a China deve continuar como a principal importadora. O Brasil poderá continuar como relevante supridora de açúcar, mas isto dependerá do consumo de etanol.

A demanda de carnes de todos os tipos deverá continuar elevada, e a América Latina poderá continuar com importante fornecedora. Espera-se que a produção de peixes criados cresça 33% até 2021 e já em 2018 deverá superar os capturados. As demandas dos laticínios não devem crescer nos países desenvolvidos, mas nas regiões em desenvolvimento devem aumentar em cerca de 30%.

Resumidamente, a produção agrícola precisa crescer 60% nos próximos 40 anos para atender a demanda de alimentos. Globalmente, a oferta de áreas agriculturáveis é limitada, exigindo que o aumento da produção venha dos ganhos de produtividade. E ela tem que ser sustentável no uso da terra, água, ecossistema marinho, estoque de peixes, florestas e biodiversidade.

O relatório estima que 25% de todas as terras agrícolas estão fortemente degradadas atualmente. A água é crítica em muitos países. O estoque de peixes está superexplorada, e as irregularidades climáticas devem ser crescentes.

No seu final, o relatório propõe o encorajamento de melhores práticas agronômicas, criação de práticas comerciais e técnicas corretas, de regulamentos ambientais, fortalecimento das inovações agrícolas, medidas para pequenos agricultores, que são listados como os desafios mais importantes. Melhoria das práticas para evitar perdas e lixos é considera relevante para melhorar a cadeia de suprimento.



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