Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Por Que Tantas Divergências Sobre o Futuro dos Emergentes

23 de julho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Carlos Eduardo Lins da Silva, no artigo “Brasil depois do Carnaval” publicado no Eu & Fim de Semana do Valor Econômico, enfatiza que em fins de 2009 o influente internacionalmente The Economist registrou que o Brasil decolou com sua economia. Em julho deste ano, o igualmente respeitado mundialmente Financial Times fez um diagnóstico completamente ao contrário. Os correspondentes estrangeiros teriam uma importância nos relatos que enviam para o exterior, o mesmo acontecendo com a economia chinesa e o resto do mundo. Colaboramos modestamente neste debate do Valor Econômico com o artigo “Riscos e vantagens de um país em suas emergências”, discutindo o que foi colocado por Ruchir Shama no Foreign Affair de forma pessimista com o Brasil. Isso gerou debates com experientes analistas como Shannon O’Neal, Richard Lapper, Larry Rohter, Ronaldo Lemos, entre outros, que o contrariavam em muitos pontos. Seguiram-se colocações sempre pessimistas como de Nouriel Roubini, e outras mais ponderadas como de Olivier Branchard, no artigo de Alex Ribeiro “Mundo de incertezas”, no mesmo suplemento do Valor Econômico.

O que estaria proporcionando visões tão diferentes sobre o Brasil, a China e outros países emergentes, com consequências mundiais? É evidente que sempre existiram otimistas e pessimistas, como os ideologicamente mais liberais e outros a favor de uma intervenção estatal mais acentuada, os que defendem pontos de vistas convenientes para setores como o financeiro e às atividades produtivas. Mas fica a impressão que está se acentuando as rápidas decisões coletivas que são mais movidas pela psicologia coletiva, com menos profundidade nas condições que diferenciam os diversos países envolvidos, baseados em análises mais objetivas da realidade, que são sempre difíceis mais difíceis e menos rápidas.

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Ainda que enfatizando aspectos diferentes, analistas considerados intransigentes como Affonso Celso Pastore, que concedeu uma entrevista ao O Estado de S.Paulo, e Dani Rodrik de Harvard, que fez o mesmo de forma muito diplomática no Valor Econômico, parecem mais cautelosos sobre os seus prognósticos com relação aos próximos semestres, notadamente sobre a economia brasileira, no contexto mundial.

Tudo indica que no atual mundo ávido por notícias rápidas, sintéticas, as análises mais profundas que demandam um tempo para a sua elaboração estão perdendo o seu espaço. Os detalhes que se diferenciam pelos diversos países, as questões complexas e de grandes magnitudes parecem relevadas ao segundo plano, não se identificando claramente as limitações a que estão sujeitas as autoridades, como se elas não tivessem o desejo de resolvê-las.

Acabamos sufocados por tantos ruídos, principalmente os destacados pelos segmentos financeiros, ainda que sejam somente de flutuações naturais, exageradas nestes tempos que destacam as incertezas. Parece interessante que consideremos mais profundamente as grandes tendências que estão se processando no mundo, que continuam aumentando a produtividade, considerando mais o meio ambiente, aumentando substancialmente a vida média, incorporando grandes contingentes da população mundial no mercado e melhorando o seu padrão de vida.

Mas que também continuam com a disseminação da violência e a banalização da vida, não conseguindo sistemas mais avançadas de convivência daqueles que pensam de formas diferentes.



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