Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Otimismo e Pessimismo Econômico Mundial e Brasileiro

6 de agosto de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Todos que estão razoavelmente informados sobre a situação econômica no mundo e no Brasil sabem que existem dificuldades hoje, talvez ligeiramente maiores que já existiram em muitos momentos no passado. Ainda assim, o mundo vem registrando uma recuperação razoável, ou uma desaceleração suportável superando muitas das limitações que sempre existiram, com algumas melhorias significativas nos países em desenvolvimento ou emergentes. As vozes que reclamam da situação pouco ajudam na criação de um clima que, quando é positiva, acaba ajudando a todos a se empenharem na superação das limitações existentes. Não existem muitos casos de pessimismo generalizado que tenha ajudando a reverter o quadro para um ciclo de prosperidade, do tipo que ficou conhecido como “malthusianismo”, com base nas teorias de Thomas Robert Malthus, que previa que a humanidade estaria condenada à falta de alimentação, com o crescimento populacional.

Isto tende a levar algumas autoridades a interpretarem que os empresários sempre falam das dificuldades da economia e do governo, quando os responsáveis pela política econômica são obrigados a atuar quando os pessimismos são substanciais e não são superáveis somente pelos esforços do mercado privado. Existem casos que sempre reclamam de prejuízos, enquanto novas empresas foram agregadas ao grupo, ou empresários rurais sempre reclamando da assistência do governo e das cotações do mercado, mas vieram adicionando novas fazendas nos seus patrimônios, como num famoso caso brasileiro em que ele se tornou o maior produtor de café no Brasil. Octávio Gouveia de Bulhões, que chegou a ministro da Fazenda do Brasil, chegava a estar convicto que os empresários eram sempre “chorões”, até mesmo quando tinham razão nas suas reclamações.

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Thomas Robert Malthus e Otávio Gouveia de Bulhões

Mesmo justificando-se as críticas, tudo indica que a economia norte-americana vem se recuperando como a japonesa, e os emergentes estão desacelerando o seu crescimento, mas mantêm taxas de crescimento que eram consideradas elevadas no passado. No entanto, existem os que afirmam que a China não esteja passando a um “soft landing”, ou uma redução controlada do seu crescimento. No caso brasileiro, mesmo se beneficiando da substancial melhoria dos preços das commodities agropecuárias, permitindo que o segundo semestre de 2012 e o ano de 2013 tenha uma perspectiva mais positiva, ainda que sempre existam problemas a serem apontados.

É preciso entender que as vozes mais influentes acabam generalizando sentimentos otimistas ou pessimistas na coletividade, tanto nacionais como mundiais. O clima de realismo ou otimismo acabam sendo mais propícios para os investimentos que exigem perspectivas positivas, sempre envolvendo riscos. Pouco contribui os que disseminam sentimentos pessimistas, vendo somente o que já ocorreu no passado, mas é preciso admitir que sempre acabe se passando por um ponto de inflexão, a partir da qual a tendência futura acaba se alterando. Os esforços que estão sendo feitos em todo o mundo apresentam um período de maturação, pois seus resultados não costumam ser imediatos.

No caso específico do Brasil, existem alguns bancos de investimentos que estão adquirindo empresas que apresentam boas perspectivas para o futuro, como também está ocorrendo com alguns grupos estrangeiros. Os que estão se sentindo pessimistas podem deixar o mercado, pois existem os que estão mais otimistas, desejando assumir seus negócios.

Com isto, não somente no Brasil como em todo o mundo estão em expansão as atividades chamadas de fusões e aquisições, pois sempre podem existir sentimentos diferentes quanto às perspectivas futuras.



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