Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A China Está Bem

3 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Entre os reconhecidos analistas da China figura com destaque Stephen S. Roach, ex-chairman do Morgan Stanley Ásia e atualmente no Jackson Institute of Global Affairs da Yale University. Além de livros, ele sempre tem publicado muitos artigos, principalmente sobre a Ásia e a China, e agora publicou um artigo interessante no Project Syndicate que merece a atenção de todos. A China passou a ter uma importância fundamental na economia mundial e, dependo do que ocorre em sua economia, todo o mundo acaba sendo afetado. O autor tranquiliza com o seu artigo que mostra que a China está tomando as medidas que permitem concluir que seu ajustamento à nova situação mundial está se processando de forma suave e satisfatória.

O que se discute recentemente é se a desaceleração da economia chinesa vai se realizar de uma forma suave, o que denominam “soft landing”, ou ela vai entrar numa forte recessão depois de ter se recuperado uma vez da crise mundial de 2008. Antes das dificuldades mundiais, a China vinha crescendo a uma exagerada taxa de 14,8% ao ano, promovendo suas exportações, com a maciça entrada de empresas estrangeiras nas suas regiões litorâneas, que aproveitavam a mão de obra barata e os estímulos concedidos pelas autoridades locais nas chamadas zonas especiais de exportação.

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Stephen S. Roach /Mapa da China

Depois das recentes dificuldades nos Estados Unidos, no Japão e na Europa, o crescimento que tinha baixado para o nível de 11,9% em 2010, voltou em 2012 a baixar novamente para o nível de 7,6% com os dados divulgados para o segundo trimestre do ano, bem como as algumas indicações que confirmam que ele pode reduzir-se ainda mais nos meses atuais. Para se defender desta tendência, a China vem sendo obrigada a expandir o seu mercado interno, efetuando importantes reformas que começam a ser realizadas.

Stephen S. Roach afirma que elas estão se processando, citando casos como o que está ocorrendo em Tianjin, Chongqing e Changsha, bem como em Guiznhou e Guangdong. Apesar de se noticiar que há habitações que estão desocupadas, com um surto de crescimento exagerado, o autor acredita que está havendo um exagero neste pessimismo, pois está havendo uma melhoria no interior da China, que ainda conta com um grande contingente populacional.

Mesmo nas áreas litorâneas como próximas do aeroporto de Pudong nos arredores de Xangai nota-se uma expansão, ainda que mais baixa que as expectativas dos anos anteriores. Os dirigentes chineses como o premiê Wen Jiabao estão conscientes das mudanças que devem ser processar nos próximos anos, quando deverá haver uma mudança do poder para uma nova geração.

A China, segundo o autor, contava com um excesso de população no meio rural que se transferiu para os centros urbanos, ampliando as atividades industriais e de serviços. As medidas de política econômica estão sendo adotadas para ampliar o mercado interno, e mesmo com a desaceleração, continua com taxas elevadas de crescimento, quando comparada com o resto do mundo.

Evidentemente, o mundo globalizado não pode contar somente com o mercado chinês, mas as indicações é que os Estados Unidos já está se recuperando, podendo crescer este ano cerca de 2% e o Japão deve apresentar também um crescimento estimado em 2,5%, que é elevado para o mundo já desenvolvido.

Outras economias emergentes, como o do Sudeste Asiático, também devem crescer acima destas cifras, mostrando que mesmo com as desacelerações observadas, os primeiros sinais de recuperação começam a registrar-se em muitas partes do mundo, confinando os atuais problemas nos países europeus.



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