Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Aceleração do Crescimento da Economia Mexicana

17 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: , , ,

Num artigo dos jornalistas David Luhnow e Bob Davis publicado pelo The Wall Street Journal informa que o México, cuja economia vem se destacando na América Latina pelo crescimento, aproveita a elevação dos salários na China para recuperar algumas atividades industriais que tinha perdido. Mantendo um sistema de livre comércio com os Estados Unidos e o Canadá, estabeleceu uma zona onde se instalam as indústrias conhecidas como “maquiadoras” que destinam sua produção principalmente para o mercado norte-americano. Vinha sofrendo a concorrência da produção feita na China, que volta ser competitiva no México.

Diversas empresas de consultoria econômica e empresarial confirmam que as empresas instaladas no México contam com vantagens comparadas com as instaladas na China e nos Estados Unidos para aproveitamento do mercado norte-americano. As produtividades no México são mais elevadas que as chinesas, e a proximidade do mercado determinam custos de transportes mais baixos e prazos de entrega menores. Os seus custos são mais baixos que nos Estados Unidos, ainda que existam problemas como da elevada criminalidade ligada às drogas. Muitas indústrias estrangeiras de automóveis estão instaladas no México. E os mexicanos conseguiram montar uma cadeia de suprimento para o mercado dos Estados Unidos.

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Os mexicanos utilizam muitos componentes produzidos nos Estados Unidos, apresentando vantagens para estes parceiros. Eles tinham sido prejudicados pela aceleração do crescimento da China nas últimas décadas. Como os chineses estão elevando os seus salários para ampliar o mercado interno, estas vantagens mexicanas devem continuar no futuro próximo, que se diversificam por diversos setores, desde eletrônicos, eletrodomésticos, instalações de escritórios até de veículos, entre alguns exemplos.

O México está se preparando com a formação de grande número de engenheiros que chegam a 55 mil anuais, entre outros profissionais, cujo número chega a ser o dobro do Brasil. Seus investimentos em infraestrutura também são expressivos.

Como o Brasil, somente agora começa a se interessar por acordos bilaterais ou regionais de livre comércio, ou adotar algumas zonas econômicas especiais visando exportações, pode-se constatar que se atrasou nestas atividades voltadas para o exterior, que começa a cogitar agora. Apostou nos acordos internacionais no âmbito da OMC – Organização Mundial do Comércio que não conseguiram evoluir.

Dentro da nova política industrial que o governo brasileiro pretende implementar, estes acordos bilaterais ou regionais devem merecer prioridade, além do estabelecimento de algumas zonas especiais que procurem aproveitar algumas especificidades existentes em algumas localidades. A preservação de sua competitividade internacional não deve se concentrar em algumas matérias-primas minerais ou agropecuárias, mas ampliar-se para outras atividades industriais que proporcionam empregos de mais elevada qualidade.



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