Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Algumas Distorções nas Análises Políticas das Eleições

30 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , , ,

Os abundantes dados sobre os resultados eleitorais municipais no Brasil, colocados à disposição de todos com a impressionante velocidade que deve orgulhar a Justiça Eleitoral brasileira, leva muitos analistas, até os mais treinados, a algumas confusões sobre o que estaria acontecendo. Inicialmente, há que se constatar que a legislação político partidária necessita de aperfeiçoamentos, pois estão registrados no Tribunal Superior Eleitoral nada menos que 30 partidos. Não parecem necessários tantos programas e ideologias diferentes para acomodar as posições de todos os eleitores brasileiros. Tudo indica que esta distorção ocorre diante das cotas partidárias que recebem dos orçamentos públicos, ainda que horários gratuitos de propaganda eleitoral contenham limitações.

Só de partidos comunistas que estão praticamente em extinção no mundo, temos no mínimo três. Os que se denominam social democratas não são em menor número, e os que se denominam trabalhistas chegam a cerca de oito. O mesmo acontece com os denominados socialistas e assim por diante. Em alguns países, aqueles que não conseguem um mínimo de cinco por cento dos eleitores nas eleições deixam de existir, o que poderia ser um bom aperfeiçoamento.

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Acabam existindo vários critérios para expressar a forte dispersão partidária que se observou nestas eleições e importâncias dos partidos. Os que foram vitoriosos nas capitais dos estados, no total dos municípios, nos 85 municípios mais importantes do ponto de vista no número de eleitores etc. Tudo dentro da hipótese que tais partidos existem, o que pode ser colocado em dúvida, tantas são as mudanças de filiações, bem como coligações que se formam a da oportunidade.

O que parece verificar-se é que mesmos as grandes agremiações contam com diversas alas que nada possuem de comum, indo desde posições mais liberais até as mais intervencionistas, além dos interesses regionais e setoriais. As bancadas parecem mais efetivas como a ruralista, a evangélica, a da saúde etc. que são multipartidárias.

O que parece mais evidente é que nestas eleições municipais os eleitores votaram, em muitos casos, em determinadas personalidades, principalmente “contra” outras no segundo turno. Não parece possível atribuir-se importância aos partidos políticos, como seria de se desejar.

A abundância dos dados permitem bonitos gráficos que dadas às fortes oscilações que se observam no tempo não permitem a identificação de tendências, se é que elas existem. O que parece apresentar alguns indícios é que os eleitores aspiram renovações, e as agremiações políticas que não tiveram capacidade de incorporar novas lideranças parecem fadadas à fadiga, como também vem se observando em muitos países.



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