Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Fotografia Como Arte

1 de novembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Alguns fotógrafos profissionais acabaram se tornando artistas consagrados, cujos trabalhos são reconhecidos nos muitos livros que apresentam suas coleções. O entrevistado do suplemento Eu & Fim de Semana do Valor Econômico, Cristiano Mascaro deixa claro a sua marca da formação de um arquiteto, que conheci como frequentador da Galeria Toki no bairro de Pacaembu, em São Paulo quando ainda iniciava a sua carreira. Casado com Satiko, também arquiteta, mais conhecida pelos seus trabalhos relacionados com a moda feminina, ele é um daqueles que foi se consagrando com seus trabalhos constantes, capazes de descobrir ângulos que não são percebidos por aqueles que passam rapidamente por cidades como São Paulo.

Seu trabalho é cuidadoso, elaborado, não decorre de meros flagrantes que podem tornar um fotografo famoso, mas que não continua persistindo em seus trabalhos. As técnicas atuais permitem milhões de fotos, de onde se garimpa alguns poucos. Mas Cristiano Mascaro é ainda daqueles que revelavam os seus filmes, hoje reconhecidos pelos principais museus que colocam as fotografias ao lado de consagrados trabalhos de pintura ou escultura que exigiram muito trabalho.

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Fotógrafo Cristiano Mascaro e algumas de suas obras

As suas fotos que mais aprecio são ainda em preto e branco, principalmente as que revelam a alma de São Paulo, como nas madrugadas frias, um pouco triste como é esta grande cidade. O estupendo aproveitamento das luzes, na maioria naturais, formando ângulos privilegiados com variadas estrutura que se encontram pelos becos desta metrópole. Diria que ele é um fotógrafo paulistano, ainda que tenha elaborado inúmeros trabalhos por todo o mundo.

Os brasileiros parecem pré-destinados para a fotografia, mais do que pode ser expresso por longos e poéticos textos. Uma só foto pode dizer tudo. Ele afirma que Paris, por exemplo, é uma cidade maravilhosa, mas muito organizada. A realidade como de São Paulo apresenta também o caos, que o comove.

Outros fotógrafos brasileiros impressionam pelas figuras humanas dramáticas, como Sebastião Salgado, que é cidadão do mundo, e seu trabalho reflete os grandes dramas da humanidade. Muitos outros extraem de ambientes promíscuos as tristezas dos seres humanos.

Cristiano Mascaro não precisa disso. Confessa que escolheu a profissão vendo os trabalhos do francês Henri Cartier-Bresson, e o seu professor na FAU USP – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, João Xavier o apresentou aos trabalhos de outros fotógrafos que acabaram o cativando.

Quando o conheci, ainda era mais calado, afirma na entrevista a Adriana Abujamra, e que aprendeu a expor exercendo a função de professor, mas não precisa das palavras, somente de suas fotografias.

Informa que está preparando um novo livro, da editora DBA, que vai mostrar seus trabalhos de Nova Iorque, Tóquio e Paris, mostrando todo o seu amadurecimento, que com base em São Paulo, o tornou também cidadão do mundo.



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