Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Atendimento aos Idosos na Nova Realidade

3 de novembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Se existe uma realidade que se apresenta em variados países, é o aumento da população de idosos, muitos que se encontram isolados e possuem necessidades que seus familiares não podem mais atender. Num artigo publicado por Wang Kaihao no China Daily, menciona-se sobre algumas iniciativas que estão ocorrendo em diferentes regiões da China que poderiam inspirar outros voluntários, diante do duro fato do isolamento de muitos idosos, sem que sejam confinados em casas de repouso.

No Extremo Oriente, como a China, Japão e Coreia, muito inspirado pelos ensinamentos de Confúcio, a moralidade dominante é dos familiares cuidarem dos seus idosos, mas as limitações do mundo atual estão deixando muitos isolados, sem que seus familiares tenham condições de atender suas necessidades. Nem sempre as casas de repouso são as soluções mais convenientes, inclusive pelos seus elevados custos.

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Voluntária corta unhas de idoso. Lu Zhong (right), diretor da Jujiale checa serviço pelo computador. Foto:Zhou Furong / China Daily

Descrevem-se voluntários que visitam estes idosos atendendo partes de suas necessidades, como cortar as suas unhas, cortar o cabelo, preparar suas refeições, ou simplesmente conversar com eles, que tendem a ficar deprimidos com os seus isolamentos. Mesmo que isto não seja feito com a frequência desejada, estes contatos com outras pessoas lhes proporcionam parte de suas necessidades psicológicas.

Existem também serviços que procuram manter estes contatos de forma virtual, que seja por computadores ou telefonemas. Alguns destes serviços são custeados parcialmente pelo governo, mas com número limitado de atendimentos semanais, havendo casos em que os próprios idosos complementam estas visitas que são pagas, ainda que de forma modesta.

Estes serviços tomam a iniciativa de contatar estes idosos, pois não podem esperar que eles iniciassem os contatos. As datas de aniversários e outros eventos são lembrados, como desculpas para estas iniciativas.

O artigo menciona casos concretos de idosos e idosos que acabaram ficando sozinhos pelo falecimento dos seus parceiros, ao mesmo tempo em que seus filhos, pelas mais variadas razões residem no exterior ou longo das cidades destas pessoas. Ainda que muitos sejam convidados a se mudar para junto dos seus filhos, eles preferem continuar vivendo onde estão acostumados.

Algumas vezes, as visitas dos parentes são menos frequentes do que seria desejável. Alguns idosos ainda contam com energia para fazerem parte dos trabalhos domésticos necessários, mas precisam de ajuda, e principalmente de contatos com outras pessoas.

Há casos na China onde estes idosos conhecem somente o idioma local, não dominando o mandarim. Alguns voluntários ainda possuem a habilidade para se comunicar nestes idiomas para atender estas necessidades. Ainda que estas organizações não sejam empresas, procuram manter sistemas para a avaliação da qualidade dos serviços prestados.

Algumas entidades efetuam o treinamento das pessoas para estes atendimentos, como os de um mínimo de enfermagem. Existem localidades onde mais de uma centena de organizações prestam tais serviços. Existem prefeituras que contam com serviços como de loterias para sustentar parte dos seus custos.

As casas tradicionais de repouso são instituições indispensáveis para os idosos com maiores necessidades, como doenças graves, deficiências acentuadas que os tornam totalmente dependentes. Mas, como estes idosos estão aumentando, e muitos podem atender parte de suas necessidades, estas instituições complementares se tornam mais econômicas. Os responsáveis por estas instituições procuram forçar os parentes a manterem seus idosos, como nos fins de semana.

Mesmo entre os orientais, como no bairro da Liberdade da cidade de São Paulo, observam crescentes números de idosos que vivem isolados e em situação precária de manutenção de suas residências, alimentação adequada e todas as demais formas de preservação da qualidade de vida. Acabam exigindo serviços voluntários que atendem parte de suas necessidades.

Na Europa, existem exemplos de habitações que comportam diversas pequenas residências onde vivem estes idosos, contando com alguns serviços comuns e estimulando-se para que eles mantenham algumas responsabilidades, de forma a preservar a sua capacidade. Necessidades culturais e esportivas acabam sendo estimulados para preservar a qualidade de vida.

Não parece existir um modelo único, mas existem muitos exemplos em variados países, pois o número destes idosos está aumentando em toda a parte, inclusive no Brasil.



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