Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Notícias Alvissareiras da Agrofloresta Brasileira

3 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Dentro mar de pessimismo que inunda a imprensa nacional e internacional, temos ressaltado neste site que a publicação mensal Agroguia, que funciona inexplicavelmente como um informe publicitário, é um oásis no deserto, permitindo que nos mantenhamos otimistas com o que vem se desenvolvendo. No número distribuído com a Folha de S.Paulo de domingo passado conta com três notícias centrais, todas de alta relevância. Numa destaca-se o papel fundamental que Eliseu Alves teve no desenvolvimento da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, que é o esteio da tecnologia do setor e formação de recursos humanos estratégicos para este segmento da economia brasileira. Noutro, o foco é Paulo de Castro Marques, que produz e comercializa genética de três raças bovinas que está tornando a pecuária brasileira cada vez mais competitiva nos mercados internacional.

O objetivo principal deste artigo é chamar a atenção para a entrevista com José Luciano Penido, presidente do Conselho de Administração da Fíbria e do Conselho Deliberativo da Bracelpa –Associação Brasileira de Celulose e Papel, que traça um panorama notável do que vem acontecendo na atividade florestal do Brasil, bem como suas perspectivas futuras. Vendo estas notícias, qualquer brasileiro fica em condições de equilibrar seus conceitos por neutralizar o pessimismo destilado pelo que lê e vê usualmente na imprensa. José Luciano Penido também cuida de problemas ecológicos, sendo co-chairman do Forest Solutions no WBCSD – World Business Council for Suitanable Development, e é conselheiro honorário do CDP-AS – Carbon Disclosure Project South America.

Kazuagro

A notícia mais animadora é que, ainda na década dos anos sessenta, o eucalipto produzia 5 a 6 metros cúbicos por hectare ano, e hoje já consegue 40 a 50 nos centros de pesquisas, havendo casos em que se chega a 60 a 70, o que significa que decuplicou a sua produtividade em 50 anos, com árvores altas praticamente sem galhos. Todos sabem que o eucalipto que foi trazido da Austrália e da Indonésia encontrou as melhores condições de produção no Brasil, e está sendo continuamente aperfeiçoado por todos os usuários do mesmo, principalmente na indústria de celulose e papel.

Antes do Brasil se tornar competitivo internacionalmente neste mercado, a indústria de celulose utilizava árvores que necessitavam de 40 anos para serem comerciais, exigindo 65 anos para se tornarem adultas. Por aqui, o eucalipto pode ser colhido depois de 6 a 7 anos, e o pinus que necessita de 12 a 15 anos. As atuais tecnologias preferem o eucalipto que proporciona papéis como os utilizados atualmente para imprimir e escrever.

Todas estas florestas hoje utilizadas no Brasil são decorrentes de reflorestamento, principalmente de áreas que estavam sendo utilizadas extensivamente pela pecuária (ainda existem 175 milhões de hectares), ocupando hoje cerca de 7 milhões de hectares, cerca de 1% do total da área brasileira. Conta com muitas áreas de solos férteis, insolação abundante e adequada e uma tecnologia desenvolvida especificamente para a sua sustentabilidade que é um modelo para outros países. A exploração florestal é feita em mosaicos, preservando as matas nativas ciliares, notadamente nas margens dos rios.

O mercado brasileiro consome 10% desta produção florestal, sendo que o restante é exportado, gerando as importantes divisas necessárias para o desenvolvimento brasileiro. Muitas grandes empresas efetuam parcerias com pequenos e médios produtores brasileiros, que conciliam suas atividades florestais com atividades de agricultores. Aliás, a atividade florestal está passando a ser considerada uma agricultura, efetuando-se num sistema agrosilvopastoril, que permite a produção também de grãos e gado, reduzindo os riscos dos produtores.

Além de tudo isto, o índice de reciclagem do papel já alcança 45% no Brasil. Portanto, as pesquisas estão permitindo que as atividades florestais sejam cada vez mais eficientes, ajudando no desenvolvimento sustentável, contribuindo para o desaquecimento do Planeta.

Tudo isto mostra que o Brasil pode continuar a aumentar a sua contribuição para um mundo melhor, utilizando racionalmente todos os seus recursos que dispõe, de forma inteligente.



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