Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Possibilidades de Futebol Verde no Brasil

6 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Se existe uma possibilidade de economizar 25% de viagens das equipes de baseball do Japão peninsular durante um campeonato, com todas as restrições necessárias, economizando energia e outros desgastes como o tempo, quanto mais no futebol brasileiro que exige deslocamentos num país de dimensões continentais. Um artigo publicado por Stephen Hesse no The Japan Times informa sobre um matemático canadense Richard Hoshino, de origem japonesa, que desenvolveu um sistema utilizando a informática que permite esta solução e está trabalhando no Japão.

O artigo informa que o cronograma do campeonato japonês de beisebol, que conta com duas ligas, a Central e do Pacífico, vem elaborando o mesmo manualmente, com muito trabalho. As viagens necessárias correspondem a quatro voltas pelo mundo. Muitos deslocamentos que poderiam atender os compromissos em cidades próximas ainda estão promovendo viagens que consomem mais combustíveis. Richard Hoshino, que está focado em soluções práticas que permitam atividades verdes, teria condições de elaborar um cronograma mais racional, atendendo todas as restrições como as necessidades de uso de algumas datas mais convenientes, segundo o artigo. A economia corresponderia a 70 mil quilômetros de deslocamentos.

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Richard Hoshino está trabalhando supervisionado por Ken-ichi Kawarabayashi, do National Institute of Informatics de Tóquio, que é um dos mais brilhantes cientistas japoneses na sua especialidade, com centenas de importantes trabalhos publicados.

A NPB – Nippon Professional Baseball tem uma renda anual que corresponde a US$ 1 bilhão e atende a 22 milhões de fãs que comparecem aos estádios onde os jogos são praticados.

No estilo ocidental, Richard Hoshino procurou os contatos via email, mas teve que se socorrer de um jornalista que tivesse as relações com os dirigentes japoneses, que acabaram ouvindo suas apresentações, mas não se interessaram pelo assunto. Em muitos esportes profissionais, acabam acontecendo coisas que nem sempre são racionalmente explicáveis.

A ideia de Hoshino é fornecer ao baseball uma imagem que está colaborando com o “esforço verde”, reduzindo as viagens desnecessárias, com evidentes economias de combustíveis. Ele, que fez os primeiros estudos até chegar ao doutorado no Canadá, transferiu-se para o Japão quando sua esposa foi lecionar inglês em Chiba.

Conseguiu o interesse do National Institute of Informatics onde recebeu uma bolsa de pós-doutorado, passando a trabalhar sob a supervisão de Ken-ichi Kawarabayashi. Sempre se interessou por desafios complexos para soluções do cotidiano, chegando a manter contatos com os dirigentes do NPB, como o diretor Kazunori Ogaki.

Ainda que suas propostas não tenham sido adotadas, no calendário de 2013 já existe um avanço com a redução de 6 mil quilômetros de viagem, com 7% de redução sobre o deste ano em distâncias, bem como menos viagens.

No futebol brasileiro existem diversos campeonatos que acabam sobrecarregando os clubes com despesas, desgastando os jogadores que necessitam se deslocar por grandes distâncias, além de atender aos compromissos internacionais relacionados com a FIFA. As contribuições destes cientistas poderiam transformar também o futebol em atividade “verde”, contribuindo para a preservação da ecologia e redução do aquecimento global.



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