Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

The Economist Sobre as Eleições no Japão e na Coreia

21 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , ,

Depois da agradável surpresa com os resultados arrasadores conseguidos pelo PLD – Partido Liberal Democrata, comandado por Shinzo Abe, nas eleições do último domingo e das eleições coreanas de quarta-feira, com a vitória apertada de Park Geun-Hye e seu partido Saeniri, o artigo do The Economist no seu site já reflete uma posição mais cautelosa. Ambos são descendentes de controvertidos líderes políticos locais. Os problemas que precisam ser resolvidos no Extremo Oriente são complexos, acabando por confrontar o Japão com a China do ponto de vista político, obrigando a convivência de países que precisam acelerar o crescimento de suas economias, tendo ainda como pano de fundo os resquícios deixados pelas guerras passadas entre seus povos.

Shinzo Abe retornou ao poder mais pela objeção dos eleitores ao atual PDJ – Partido Democrata do Japão que ocupa o governo até o próximo dia 26 de dezembro, como já postamos neste site. Ele está prometendo ativar a economia japonesa provocando uma inflação de 2% ao ano e desvalorização do yen, interferindo na atual política do Banco do Japão que tem um objetivo vago de uma inflação de 1%, quando o país vem sofrendo problemas de deflação. A independência das autoridades monetárias acaba restrita. Recebe o apoio do empresariado, que também não conta com expressivos líderes, enquanto o elevado montante da dívida pública não permite muitas manobras.

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Shinzo Abe                                                               Park Gean-Hye

O novo primeiro-ministro japonês deve enfatizar os aspectos econômicos no primeiro momento, mas não pode fugir de assuntos políticos com seus vizinhos, que por enquanto são bastante vagos. A tradicional visita ao templo Yasukuni, onde estão enterrados os heróis japoneses, mas também os considerados criminosos de guerra pelos demais asiáticos, acaba despertando reações apaixonadas, tanto dos chineses como de coreanos.

Nas cogitações do novo gabinete japonês, fala-se de nomes tradicionais que quando estavam no poder não tiveram forças para tirar o Japão das décadas perdidas. Somente medidas monetárias e cambiais são insuficientes para ativar a economia japonesa que não é mais competitiva com os demais asiáticos.

Uma solução seria tentar acelerar o chamado TPP – Trans-Pacific Partnership, notadamente com os demais aliados da bacia do Pacífico, que conta com o apoio da indústria japonesa, mas sofre restrições da ainda poderosa agricultura japonesa do ponto de vista político. Apesar das intensas movimentações de Shinzo Abe, ele continua vago sobre temas cruciais.

A eleição na Coreia, elegendo a primeira mulher presidente no país, também não permite um grande otimismo na aceleração do crescimento da economia, que depende fortemente do mercado mundial. Seu pai que comandou o país por 18 anos consolidou uma estrutura econômica semelhante com a japonesa do seu período áureo, com poucos e gigantescos grupos empresariais. Este modelo que tem condições de ser mantido no futuro, que necessita contar com maior descentralização para as pequenas e médias empresas, geradoras de tecnologia e empregos.

As eleições permitiram um primeiro passo, mas os problemas existentes são gigantescos, e ainda vai depender da continuidade do suporte de suas populações, que continuam volúveis, modificando-se rapidamente.



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