Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Esforço Norte Americano Para a Independência Energética

9 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Se há um grande esforço que vem sendo desenvolvido pelos Estados Unidos, este é atingir a sua independência energética. Um artigo publicado no Financial Times informa que no próximo ano a sua importação de petróleo deve ser a mais baixa dos últimos 25 anos, ao mesmo tempo em que a demanda cresce lentamente, de acordo com a previsão do governo daquele país. As autoridades norte-americanas preveem que em 2014 a importação de petróleo bruto como seus derivados devam chegar a cerca de 6 milhões de barris/dia, que seria o nível mais baixo desde 1987. Seria a metade do pico de 12 milhões de barris do período 2004-2007.

Isto decorre, em grande parte, da intensa exploração do xisto que está proporcionando óleo e gás a baixos custos, ainda que existam críticas que está se poluindo o subsolo com produtos químicos. O artigo informa que algo semelhante também está ocorrendo na proximidade do Iraque e na Nova Zelândia, além da exploração dos poços de petróleo que estavam se esgotando na Dakota do Norte e no Texas. Além de diminuir a dependência dos Estados Unidos da importação do petróleo, os seus preços estão baixando, prevendo-se que devem ser mais baixos que no ano passado.

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Superpetroleiros utilizados para transporte entre o Golfo e os Estados Unidos,

O problema da redução das importações de petróleo pelos Estados Unidos decorre de duas orientações básicas. A primeira seria o risco de se sujeitarem as fortes flutuações econômicas que ocorrem neste mercado. A segunda seria de segurança, pois todos estão preocupados com os problemas políticos que devem decorrer das sucessões nos principais países árabes, grandes fornecedores de petróleo, gás e seus derivados.

A indústria do petróleo é considerada a mais influente no mundo do ponto de vista político, podendo promover guerras quando do seu interesse. Mesmo que existam problemas conservacionistas, os Estados Unidos não conseguem assumir compromissos com metas claras, como ocorreu com o Acordo de Kyoto e todas as reuniões internacionais sobre o assunto.

Ainda que desenvolvimentos tecnológicos venham ocorrendo, melhorando a qualidade do combustível, bem como nas formas pelas quais são utilizados, ainda não se conseguem avanços como no problema do aquecimento global, que certamente está tornando os climas mais instáveis em todo o mundo. Mesmo que as pressões da opinião pública nos Estados Unidos e no mundo também estejam aumentando, não se consegue obter um compromisso claro do país que figura como um dos mais poluidores do mundo, ao lado da China.

Este processo nos Estados Unidos já vem sendo perseguido por anos e os avanços parecem substanciais. Eles também estão utilizando o etanol misturado com a gasolina em muitos Estados, com fortes subsídios, pois o mesmo é produzido a partir do milho, com eficiência mais baixa que da cana de açúcar. Outras fontes de energia, como a eólica e a solar, também estão sendo utilizadas, além de medidas para a redução do consumo de energia nos equipamentos.

Com todas estas alterações, os efeitos sobre o mercado internacional de energia devem ser substanciais, deixando muitos países que vivem do seu fornecimento com menos receitas com as suas exportações. De outro lado, muitos países, como a China, continuam aumentando a sua demanda, mas também procuram reduzir a sua dependência dos fornecimentos internacionais, sempre que possível.



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