Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Inspirações Para os Futuros Projetos da Ford

22 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Marli Olmos é uma jornalista com rara sensibilidade e elevada competência para captar sutilezas que vão marcando a mudança de comportamento de algumas empresas, como no caso da Ford. Ela publica um expressivo artigo no Valor Econômico, mostrando os esforços que estão sendo feitos para captar as tendências que devem orientar os projetos futuros daquela empresa. A Ford criou um grupo baseado na sua matriz em Dearborn, em Michigan, mas que parece ter ramificações em muitos países onde atua.

Ela informa que os engenheiros da Ford utilizam informações sobre os hábitos das pessoas que devem servir para definir os modelos futuros. Cita, por exemplo, a preferência do tomate sem agrotóxico, ainda que ele não seja de melhor aparência, ou o comportamento dos filhos nas escolas. Não é um problema simples, mas algumas tendências acabam sendo definidas para o futuro, que se procura atender. No fundo, procura-se produzir até automóveis que procuram estar em sintonia com o comportamento das pessoas, ainda que elas sejam emocionais.

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Marli Olmos

Estas pesquisas procuram antecipar o que os consumidores estão tendendo a valorizar, como pagar um pouco mais por produtos que causem menos danos ao meio ambiente. Fala-se, também, na menor resistência para partilhar o uso do carro com terceiros.

A Ford atribuiu uma grande importância a um livro do canadense Paul Tough, segundo a matéria publicada, sobre como são hoje as crianças mais bem sucedidas. Não está mais relacionado com o QI, mas com habilidades não cognitivas, relacionadas, por exemplo, com o aperfeiçoamento do seu caráter. Isto levaria a projetos mais abertos e flexíveis mesmo nos veículos.

Tudo indica que muitos modelos destes produtos poderão fornecer mais informações sobre as possibilidades de mudanças de hábitos dos que estão na sua direção. Mas se os motoristas se cansarem com muitos dados, ele poderá procurar um relaxamento procurando lugares mais tranquilos utilizando os mesmos.

Outras empresas, como a Embraer, também procuram pesquisar quais as tendências dos que utilizam transporte aéreo, num prazo mais longo, pois os projetos de um aeroplano consomem mais tempo para serem executados. Isto tem levado à definição de aviões econômicos de média distância, bem como executivos que estão proliferando para uso mais localidades, como aeroportos locais.

Mesmo na área da economia, volta-se a reconhecer que os operadores são mais emotivos do que racionais. Assim, tanto individualmente como de forma coletiva, eles são dominados pelo medo que os induzem a procura de segurança, ainda que as rentabilidades sejam mais baixas. A confiança ganha maior importância que muitas informações que se supõem seguras.

Todos acabam compreendendo que precisam estar ajustados aos comportamentos humanos que vão evoluindo com a grande massa de informações que chega ao seu conhecimento. Tudo isto mostra que os problemas a serem resolvidos acabam ficando mais complexos, não sendo capazes de serem captados por simples modelos estatísticos, exigindo o entendimento da evolução dos comportamentos, que muitas vezes fogem do que é ensinado na academia.



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