Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Nova Política Cambial do Japão

7 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

O novo governo chefiado pelo premiê Shinzo Abe e tendo como principal figura na área econômica o também ex-premiê Taro Aso já conseguiu uma desvalorização do yen de cerca de 10%, que independeu da ação tomada pelo Bank of Japan. O próprio mercado, entendendo que o novo governo perseguia uma maior competitividade internacional, elevou a cotação do câmbio que girava em torno dos 80 yens por dólar norte-americano para a faixa dos 88 yens. Antes mesmo que o governo informasse oficialmente o Bank of Japan que gostaria de contar com uma inflação com a meta em 2%, quando antes era de 1%.

Os empresários japoneses, como o presidente da poderosa Keidanren que reúne as mais importantes empresas, Hiromasa Yonekura, informa que o câmbio deverá flutuar no amplo intervalo de 75 a 90 yens por dólar. O presidente de outra organização de peso, que é o Keizai Doyukai, que reúne os empresários, expressa a opinião que não basta contar com a desvalorização cambial. E o presidente da Japan Chamber of Commerce and Industry, Tadashi Okamura, espera que a Bolsa de Tokyo, que está sendo fundida com a de Osaka, tenha um nível em torno de 12.000 pontos, com o yen sendo negociado em torno de 85 a 90 por dólar, neste ano de 2013. Como em todos os países, os japoneses também esperam que as regulamentações governamentais sejam mínimas.

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Sede do Bank of Japan

Os empresários esperam que o governo estimule o chamado TPP – Trans Pacific Partnership, que permitiria uma redução das restrições de comércio internacional, criando um amplo mercado comum tendo como base a bacia do Pacífico, que ainda recebe restrições do meio rural japonês, que é politicamente importante.

Toda esta movimentação está indicando que, apesar da fragilidade política do atual governo que só poderá ser fortalecida pelos resultados econômicos e da eleição na Câmara Alta em agosto próximo, existe um anseio pela retomada do crescimento econômico no Japão.

Se o governo conseguir dar um mínimo de diretrizes, o próprio setor privado executará as tarefas mais importantes. Neste sentido, as instituições oficiais de crédito do Japão estão ampliando suas linhas, para estimular inclusive os investimentos que estão sendo feitos no exterior, que acabam resultando na intensificação do comércio.

É evidente que todos os países dependem do resto do mundo, mas nota-se que esforços possíveis estão sendo feitos em todos eles, ainda que os resultados devam continuar modestos, mas certamente positivos.

Tudo isto vem demonstrando que se o Brasil desejar acompanhar o que está acontecendo no mundo, precisa manter também a sua moeda desvalorizada e ativar seus entendimentos para o estabelecimento de acordos no sentido do livre comércio, em bases bilaterais ou multilaterais, conseguindo reduções das restrições para as suas exportações, ainda que tomando medidas pontuais de proteção de determinados setores.



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