Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Xi Jinping e a Relação Sino-Japonesa

25 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , ,

Aproveitando a visita do líder do New Komeito, Natsuo Yamaguchi, a Beijing, coligado com o LDP – Partido Liberal Democrático que comanda atualmente o governo japonês, o secretário-geral do PCC – Partido Comunista da China, Xi Jinping, transmitiu que deseja preservar as relações bilaterais, apesar das disputas sobre as ilhas denominadas Senkaku pelos japoneses e Diaoyu pelos chineses. A notícia consta tanto do jornal econômico japonês Nikkei, baseado numa nota distribuída pela agência Kyodo, como do jornal oficial da china China Daily, que é a versão inglesa do Xinhua da China, que inclui uma foto da entrevista.

Todos sabem que a China vem utilizando muito das tecnologias das empresas japonesas instaladas naquele país, bem como os produtos chineses abastecem muito do mercado varejista do Japão, inclusive os supermercados. O intercâmbio de bilateral vinha sendo prejudicado pela disputa das ilhas Senkaku/Diaoyu, criando um clima hostil, que a revista inglesa The Economist aventava até chegar a um conflito armado. Muitas empresas japonesas instaladas na China, como as automobilísticas, estavam sofrendo quedas nas suas vendas para os chineses, e o número de turistas chineses para o Japão tinha se reduzido de forma sensível.

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Encontro de Natsuo Yamaguchi com Xi Jinping teve um clima amigável

Os artigos chineses ressaltam que o New Komeito que é de origem religiosa é um partido pacifista e um parceiro menor no atual governo comandado pelo primeiro-ministro Shinzo Abe, que vem adotando uma política de linha mais nacionalista, mas mandou uma mensagem pessoal escrita de próprio punho para Xi Jinping. Há um esforço recíproco para reduzir as tensões existentes, e está se tentando montar uma reunião de cúpula.

Nenhum dos dois países está em condições de aumentar exageradamente seus gastos militares, e o Japão não está podendo contar com uma ampla cobertura dos Estados Unidos que vá além das declarações da secretária de Estado, Hillary Clinton.

Os chineses precisam provocar profundas reformas para reduzir as suas desigualdades internas e a poluição. Os japoneses necessitam redobrar seus esforços para voltar a crescer economicamente, além de reduzir as contaminações atômicas, e o atual governo terá que enfrentar eleições para a sua Câmara Alta em meados deste ano.

O fato concreto é que a China possui uma longa tradição histórica e da sua cultura muitos aspectos foram transmitidos ao Japão, contando ainda com um potencial para continuar melhorando o nível de renda per capita de sua população, que ainda é muito baixa. O Japão está com a sua população em declínio, sendo que em ambos os países o percentual de idosos está aumentando sensivelmente.

À visita do líder do New Komeito foi dada uma maior importância por Xi Jinping que vem se mostrando como um secretário-geral extremamente hábil no trato de assuntos externos e políticos, devendo assumir a Presidência da China em breve. A carta do primeiro-ministro Shinzo Abe foi aproveitada, também, para tentar melhorar o clima bilateral, que certamente passará por um ponto de inflexão a partir deste posicionamento chinês.

A imprensa japonesa também destacou a importância que atribui ao encontro e ao gesto chinês, ressaltando o tempo de 70 minutos que teve a entrevista entre os dois líderes, num clima simpático. Foi o primeiro encontro de líderes desde os acontecimentos de setembro último, relacionados com as disputas das ilhas, que complicaram as relações bilaterais.



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