Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Xintoísmo na Era Global e Ecológica

15 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Um dos conceitos mais difíceis para ser entendido para os que foram criados em países onde prevalece o monoteísmo como o cristianismo, o judaísmo ou o islamismo é esclarecer o que acontece no Japão com a convivência do xintoísmo e o budismo, ou outras religiões, mesmo para os que adotam uma posição ecumenista, conversando com os membros de todas as religiões. No monoteísmo, tende-se a rejeitar as demais religiões, quando um japonês pode ser ao mesmo tempo xintoísta e budista, por exemplo. Um artigo publicado por Takeshi Nishide no The Japan Times relata um seminário realizado em Tóquio, onde se reuniu diplomatas e famílias estrangeiras para explicar no que consiste o xintoísmo, participando de algumas de suas práticas, o que foi entendido como uma experiência cultural.

Os participantes receberam aulas sobre os elementos xintoístas da vida no Japão, como a prática de visitar um santuário no início do ano novo, e para otradicional “shichi-go-san”, rito de passagem das crianças de 3, 5 e 7 anos. Eles tomaram parte de um pequeno “mikoshi”, uma espécie de procissão carregando um santuário simbólico nas costas, no ritmo de um “wasshoi”, que é repetido continuamente, com o uso de um quimono tipo “happy cout”. Nos festivais em diversas cidades japonesas, estes mikoshis reúnem toda a população e muitos visitantes.

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Mikoshi, festival japonês onde se carrega um santuário simbólico

Um dos participantes informou que tiveram um vislumbre de como os japoneses olham para a vida e a natureza, através da influência do xintoísmo. Um professor da Kokugakuin University, Katsuji Iwahashi, está dando um curso para que os sacerdotes xintoístas possam explicar no exterior como atuam, como meio de intercâmbio cultural.

Ele explicou que as pessoas podem reconhecer um deus onde quer sentir a presença de algo sobrenatural, referindo-se à natureza efêmera, e esta certa indefinição pode ser eficaz em lidar com as atuais demandas da sociedade moderna.

Em Quioto, a antiga capital do Japão, o turismo ajuda a mostrar aos estrangeiros para se familiarizar com a religião xinto, visitando o santuário Kamigamo, que é considerado patrimônio cultural da humanidade.

Explicam que o xinto é uma religião de experiências, engajando-se na prática, como o varrer o pátio de um santuário. Estudando numa universidade que não é desta religião, consegue-se obter uma visão global. Explicando em inglês no Centro Ecumênico de Nova Iorque, conseguem evitar algumas incompreensões, utilizando termos monoteístas.

Como exemplo, eles citam que não se deve poluir a água, pois lá reside um deus que ajuda a manter a água e a natureza em bom estado. Este interesse das pessoas ajudaria a transcender a marcha da ciência e da tecnologia, ajudando a contribuir com o xinto no mundo globalizado, preocupado com a ecologia.



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