Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Regulamentação Adequada das Instituições Financeiras

28 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , ,

Segundo o artigo publicado por Simon Johnson, que é professor da MIT Sloan no Project Syndicate, acende uma luz no fim do túnel, ele que é ex-economista chefe do FMI – Fundo Monetário Internacional e que deve saber o que acontece no mundo financeiro. Segundo ele, as reformas financeiras nos Estados Unidos e no mundo estão na balança. Os problemas que geraram as dificuldades de 2007 não foram corrigidos, sendo que alguns pioraram, dentro da visão que os megabancos globais são “grandes demais para falirem”. E ele ocupou posições que o permitem avaliar o que vem acontecendo no mundo, melhor que a grande maioria dos analistas. E este assunto é de importância capital para o mundo.

Segundo este autor, a Europa está recuando em questões de reformas financeiras. E os Estados Unidos, sob o atual Congresso, não teria uma nova legislação sobre as instituições financeiras. O chamado Dodd-Frank Act de 2010 pode se tornar o esquema para a efetiva regulação, ou poderá se tornar outra promessa vazia. Na realidade, as autoridades de todo o mundo vieram somente socorrendo as instituições financeiras que estavam falidas, premiando seus administradores, com o receio de uma descontrolada reação em cadeia, que poderia colocar em risco todo o sistema. Não resolveram as causas dos problemas, sempre com a argumentação que eram instituições demasiadamente grandes para falirem. O autor deposita as esperanças na nova senadora Elizabeth Warren de Massachusetts.

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Simon Johnson                                                 Elizabeth Warren

A senadora Elizabeth Warren trabalhou por muito tempo em assuntos relacionados com o setor financeiro. Ela tem ideias chaves que a levaram a criar a Agência de Proteção dos Consumidores Financeiros (Consumer Financial Protection Bureau). Ela também acumulou uma experiência prática com o tempo dedicado como ninguém no Painel de Supervisão do Congresso para o Programa de Alívio de Ativos Problemáticos – TARP (Congressional Oversight Panel for the Troubled Asset Relief Program), segundo o autor.

Numa audiência no Comitê de Bancos do Senado, no último dia 14 de fevereiro, ela começou com uma simples pergunta: quando foi a última vez que V. levou um grande banco a julgamento? Estavam sendo examinados nada menos que todos os controladores relevantes nos Estados Unidos: Mary Miller, subsecretário de Finanças Domésticas do Departamento do Tesouro; Dan Tarullo, governador do FED – Federal Reserve System; Marty Gruenberg, chairman do FDIC – Federal Deposit Insurance; Tom Curry, comptroller of the Currancy; Richard Cordray, diretor do Consumer Financial Protection Bureau; Elisse Walter, chairman do SEC – Security and Exchange Comission e Gary Gensler, chairman do Commodity Futures Trading Commission. Nada menos que a nata da nata dos que deveriam ser o sistema financeiro norte-americano. As respostas foram evasivas e imprecisas.

Elizabeth Warren então bateu onde dói: “Há promotores e procuradores dos Estados Unidos lá fora apertando os cidadãos comuns todos os dias para os levarem a julgamento e servirem de exemplos. Estou realmente preocupada que os ‘grandes demais para quebrarem tornaram-se grandes demais para serem julgados’”. A declaração da senadora em vídeo acabou se alastrando e 13 mil pessoas assinaram uma petição pedindo mais transparência.

12 Presidentes do FED – Federal Reserve Bank estão pedindo por mais progresso nestas reformas. Mas as autoridades norte-americanas continuam insistindo que estão fazendo o possível, inclusive com um alto funcionário do Departamento de Justiça alegando que não desejam causar problemas para a economia. O poder dos megabancos está fora de controle, segundo o autor do artigo.

Funcionários sensíveis resistem, mas precisam de cobertura política. O grupo de senadores fundamentais já é forte, inclusive Sherrod Brown, Jeff Merkley, Carl Levin e Reed Jack. Elizabeth Warren está trabalhando duro com seus colegas democratas e republicanos indicando os caminhos a serem perseguidos. Uma ampla coalizão de reformadores está martelando o Congresso em todas as oportunidades.

Sempre haverá a esperança de avanços, pois os recursos que continuam assistindo aos bancos poderiam estar sendo aplicados em outros setores cruciais da economia, não somente nos Estados Unidos como em todo o mundo. No caso brasileiro pode-se constar que existe um forte lobby do sistema financeiro, inclusive com importantes infiltrações nos meios de comunicação social, sempre defendendo os interesses das instituições financeiras, sem considerar adequadamente o que ocorre com a produção, o emprego e os avanços tecnológicos.



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