Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Grupos Japoneses Para Suporte à Agricultura Brasileira

7 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , ,

Ainda que seja tradicional o trabalho de acompanhamento das grandes plantações com informações colhidas pelos satélites, este projeto conjunto da Hitachi com a Mitsui, como apresentado no artigo de Gustavo Brigatto e Carlos Ferreira no Valor Econômico, parece apresentar importantes inovações para serem aplicadas por produtores que trabalham com mais de 10 mil hectares de plantações. Informam que as pesquisas iniciais estão sendo feitas no Brasil numa fazenda do grupo Mitsui na região do Xingu, no oeste baiano. Algumas informações colhidas pela Mitsui já vêm sendo utilizadas por alguns produtores brasileiros com sucesso, como as previsões de chuvas, que apresentam elevado acerto, com mínimos de dias de diferenças, importante para o inicio da semeadura.

Pelas informações constantes do artigo, esta tecnologia já vem sendo aplicada no norte do Japão para acompanhamento da produção de arroz e trigo, e os japoneses desejam aplicar a mesma adaptada às condições brasileiras brevemente, bem como em outros países emergentes importantes produtores de cereais. Os dados coletados pelos satélites exigem um mínimo de comprovação no campo, pois colorações diferentes captadas pelos satélites podem ter causas diferentes. Por exemplo, o início de uma praga na plantação de soja pode ser confundido com a maturação da planta, e a recomendação para os agricultores necessitam ser precisa, como a necessidade imediata de um tipo de pulverização.

Satellite imagery can support water planning in the Central Valley

A Hitachi parece dispor de tecnologias relacionadas com satélites, que vão além dos utilizados nos GPS, que determinam a posição exata de uma localidade, como já é utilizado para a identificação dos limites de uma propriedade rural. As imagens colhidas sempre foram utilizadas até para a espionagem de plantações em países estrangeiros, para preverem as safras que poderão afetar os preços nos mercados das commodities agrícolas.

Tudo indica que os produtores contarão com as tecnologias convencionais de informática para terem acesso às informações que lhes permitam uma atuação aperfeiçoada, pagando por estas facilidades. A Mitsui já conta com tradição na agricultura brasileira, pois chegou a atuar na produção e colocação de fertilizantes. Evidentemente, com estas informações coletadas, os produtores também serão beneficiados por previsões mais corretas das expectativas das safras, ainda que sejam por amostragens dos seus clientes.

O que não está escrito no artigo, mas permite suposições, é que sondagens devem ter sido efetuadas junto às autoridades brasileiras que trabalham com estes satélites, não somente para a previsão do tempo, como estimativas gerais de safras, acompanhando a sua evolução. Dados mais precisos e ricos devem ser fornecidos para os que se tornarem clientes desta joint-venture, que apresentaria conveniência em envolver também grupos brasileiros que atuam diretamente no plantio do setor agrícola, que não costumam ser feitos por grandes empresas estrangeiras com sucesso.



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