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Inovações Japonesas no Combate ao Câncer

8 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde, webtown | Tags: , , ,

As lamentáveis radiações atômicas sofridas pelos japoneses em Hiroshima e Nakasaki, devido aos bombardeios atômicos, ou na região de Fukushima com o vazamento de sua usina atômica diante dos desastres naturais, acabam provocando esforços para avanços substanciais na medicina para o tratamento dos seus efeitos. Hiroshima tornou-se o centro mundial para o desenvolvimento de tecnologias para os tratamentos dos problemas de pele que chegam hoje até os cosméticos. No caso de Fukushima, anuncia-se que o Southem Tohoku General Hospital, que dista somente 60 quilômetros da usina danificada, torna-se o primeiro hospital no mundo a tratar os pacientes de câncer usando o chamado boron-neutron capture therapy (BNCT), um inovador tipo de terapia por radiação, segundo artigo publicado no site do jornal econômico Nikkei. Este hospital é tradicional no tratamento do câncer.

O hospital terá as facilidades no estado de arte para radioterapia, que não exige reator nuclear. O equipamento foi desenvolvido pela Universidade de Kyoto e a Sumitomo Heavy Industries, que esperam exportá-lo. Espera-se que o hospital ajudará a reconstruir Fukushima, que ainda sofre muito com os rumores das contaminações radioativas com os desastres de dois anos atrás.

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Southem Tohoku General Hospital em Koriyama

A Sumitomo Heavy Industries e a Universidade de Kyoto conseguiram o desenvolvimento do primeiro cicloron, um acelerador de partículas de nêutrons sem a necessidade de um reator nuclear que exigiria instalações exageradas para um hospital. As duas organizações trabalham no assunto desde 1970 e o sistema desenvolvido conta a mais ampla pesquisa clínica, com 445 casos estudados.

O alvo das células cancerígenas com precisão foi conseguido com a ajuda da Stella Pharma e a Universidade de Osaka, com composto de boro que é absorvido por estas células. Os bombardeios de radiação são focados nelas.

Koji Ono, que lidera o Centro de Pesquisa de Radiação Oncológica de Partículas da Universidade de Kyoto, está convencido que o sistema oferece a melhor terapia disponível para o câncer, com mínimos efeitos colaterais. O Hospital espera ter completado estas facilidades em 2014 e começar o tratamento de câncer na cabeça e no pescoço, e tumores celebrais malignos em 2018.

Eles esperam que o BNCT seja crucial para tornar o Japão competitivo na produção de equipamentos médicos, o que não acontece no momento de forma geral, ainda que possuam bons em alguns setores. O déficit atual da balança comercial destes tipos de produtos utilizados nos hospitais ainda é apreciável.



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