Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Resenha de um Livro Sobre a Coreia no Japan Times

17 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , | 6 Comentários »

Daniel Tudor é considerado um respeitado jornalista internacional especializado na Coreia e é sempre interessante conhecer um país do ponto de vista destes profissionais. Jeff Kingston, especializado em Ásia, fez uma interessante resenha sobre o seu livro, “Korea: The Impossible Country”, editado pela Tuttle, 2012, cuja compra estou providenciando. Como tive oportunidades de conhecer algumas coisas deste país, principalmente em três épocas diferentes, logo depois do término da Guerra da Coreia, em torno de 1985, quando supervisionei o escritório de uma empresa em Seul, e mais recentemente quando o meu embaixador Edmundo Fujita exerceu a representação do Brasil naquele país, tenho particular interesse na evolução da Coreia, que como todos apresentam suas qualidades e suas dificuldades. O “impossible” se refere a impressionante superação de suas limitações econômicas e políticas.

Logo após o “armistício” de Guerra entre as duas Coreias, que formalmente ainda se encontra em litígio separado somente por uma Zona Desmilitarizada, o país que perdeu cerca de 10% da sua população dizimada pelo conflito, que se seguiu à Segunda Guerra Mundial, estava literalmente destruída. Cooperando com o Comitê de Refugiados das Nações Unidas, ajudamos a trazer os primeiros imigrantes coreanos para o Brasil. Na ocasião, havia necessidade do ministro local autorizar a sua saída, que condicionou a decisão confidencial desde que seus familiares fossem incluídos. Apesar da recomendação de que lembranças do país fossem trazidas pelos imigrantes, quando o navio que os transportavam atingiram os limites das águas territoriais eles os lançaram ao mar, um sinal da desagregação do sentimento nacional daquela população naquela época.

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A resenha trata da soberba ascensão da Coreia do Sul que de uma renda per capita de US$ 100 em 1950 com expectativa de vida de 54 anos, até chegar a uma situação em 1979 com renda per capita de US$ 32.000 em 1979 e expectativa de vida de 79 anos em 2012. De uma dura ditadura de 1961 sob o comando de Park Chung Hee chegou a uma atual democracia vibrante.

Eles escolheram as famílias que seriam as vencedoras e deram um apoio importante copiando o que acontecia antes da Segunda Guerra Mundial no Japão com os zaibatsus, ou seja, poderosos grupos econômicos. Hoje, a Samsung possui 20% da economia coreana e rivaliza com seus produtos eletrônicos as mais destacadas empresas do mundo. Em torno de 1985, havia necessidade de relacionamento com estas grandes organizações para que os negócios com estrangeiros fossem viabilizados.

Mas existem críticas dos próprios coreanos sobre estas concentrações e os climas de corrupção que sempre existem nos monopólios, notadamente com os seus relacionamentos com o poder político. Segundo o artigo, ainda existem as figuras dos xamãs aos quais são pagos quantias exageradas. Também muitos problemas como os japoneses devido às pressões sociais exageradas resultando em elevado nível de suicídios, natalidade baixa, envelhecimento rápido, as disparidades de renda.

Hoje, existe um exagero como o chamado Estilo Gangnam, onde jovens se entregam ao consumismo, ao mesmo tempo em que grifes locais e internacionais acabam sendo privilegiadas. Mas o espírito de trabalho duro continua prevalecendo, ao mesmo tempo em que coreanos que imigraram por todo o mundo estabelecem as condições para o intenso intercâmbio internacional, inclusive com o Brasil.


6 Comentários para “Resenha de um Livro Sobre a Coreia no Japan Times”

  1. Juliana
    1  escreveu às 16:33 em 17 de março de 2015:

    Já quero ler esse livro!
    Já tem ele na versão português?

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 22:46 em 17 de março de 2015:

    Cara Juliana, pelo que eu saiba o livro ainda não foi traduzido para o português. São poucas pessoas no Brasil, além dos descendentes de coreanos, que se interessam por aquele país, infelizmente.

    Paulo Yokota

  3. Juliana Cruz
    3  escreveu às 22:33 em 30 de março de 2015:

    Pouxa, que penaa.

    Já queria ler. 🙁

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 05:58 em 31 de março de 2015:

    Cara Juliana Cruz,

    Sinto que está havendo maior interesse dos leitores brasileiros pelo que também acontece no exterior.

    Paulo Yokota

  5. John Gwak
    5  escreveu às 16:50 em 29 de novembro de 2015:

    Hoje em dia muitos brasileiros tem um interesse enorme em aprender mais sobre a cultura e história da Coreia, estima-se que existam no Brasil mais de 500 mil fãns da cultura Hallyu(K-Drama,K-Pop,K-Food,K-style), em SP a presença de brasileiros estudando Hangeul está cada dia mais notável,então com certeza interesse os brasileiros tem!

  6. Paulo Yokota
    6  escreveu às 17:39 em 29 de novembro de 2015:

    Caro John Gwak,

    Obrigado pelo comentário.

    Paulo Yokota


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