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The Economist Escreve Sobre Aécio Neves e a Sucessão

22 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , ,

A sucessão federal do Brasil está tomando espaço na imprensa internacional. A prestigiosa The Economist na sua edição da próxima semana enfoca a performance de Aécio Neves em Minas Gerais, mas admite que ainda não conseguiu conquistar o Brasil com sua fórmula aplicada como governador. O artigo informa que ele conseguiu enxugar a máquina estadual, ao mesmo tempo em que o Estado de Minas Gerais conseguiu resultados mais expressivos que o Brasil como um todo, emplacando seu auxiliar Antonio Anastasia como seu sucessor no governo estadual de forma expressiva, tornando-se senador do seu Estado.

Candidato pela oposição, o Partido da Social Democracia Brasileira procura concorrer com a candidata à reeleição, presidente Dilma Roussef, ainda que ele tenha como outros pré-candidatos Eduardo Campos, governador de Pernambuco, e Marina Silva, que tenta se viabilizar com um novo partido, tendo obtido 20 milhões de votos na última eleição para a Presidência da República.

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Aécio Neves foi indicado como candidato à Presidência pelo ex-presidente Fernando Henrique

O artigo do The Economist procura destacar a atuação de Aécio Neves como governador do Estado listando os seus resultados mais expressivos. Contrastaria com os conseguidos pelo governo federal na mesma época, mas reconhece que sua mensagem ainda não consegue empolgar os eleitores brasileiros.

Lula da Silva que se coloca como o principal patrocinador da reeleição de Dilma Rousseff, com sua habilidade retórica, teria rotulado que a política de contenção de Aécio Neves, com o seu “choque de gestão”, significava demissões, corte de salários e negligência aos mais pobres.

Realmente, Dilma Rousseff assessorada no seu marketing político vem enfatizando a sua preocupação com os mais pobres, conseguindo resultados impressionantes na pesquisa de opinião, como a superação do próprio Lula da Silva no nordeste brasileiro, obtendo o recorde de prestígio.

Ainda que a presidente Dilma Rousseff tenha se destacada como tecnocrata, o fato concreto é que vem agindo politicamente, e mesmo sem o mesmo carisma de Lula da Silva consegue com sua intensa publicidade vender a imagem de estar atenta às camadas populares e a nova classe média que se formou no Brasil.

Os chamados “tucanos” ainda se mostram mais ligados às elites, tendo disputas internas dentro do seu partido, além da necessidade de unificar as diversas correntes oposicionistas do Brasil, o que não é uma tarefa fácil, principalmente quando o governo está muito ativo nos entendimentos políticos.

Aécio Neves procura se manter no noticiário criticando os impostos elevados, quando o governo atual responde com a eliminação dos tributos sobre a cesta básica. Sobre as críticas sobre a redução das tarifas de energia elétrica, que estaria prejudicando os empresários, Dilma Rousseff responde que está mais preocupada com a população do que a elevada rentabilidade das grandes empresas de energia, que já tiveram os seus investimentos amortizados.

Ainda há um longo tempo até as eleições, 18 meses, e muita água correrá até lá. O governo federal procura estimular os investimentos em infraestrutura para conseguir melhores resultados em crescimento econômico, que parece dar os primeiros sinais de melhoria. Mas o cenário internacional continua adverso, sendo difícil manter o desemprego baixo, com ganhos de salários reais, sem contar com uma competitividade mais elevada.

Os eleitores parecem estar mais ligados aos seus interesses imediatos, sendo menos sensíveis aos problemas nacionais que demandam considerações de prazo mais longo.



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