Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Financial Times Constata Mudanças no Japão

1 de maio de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

O jornal econômico londrino Financial Times de circulação internacional constata que a chamada Abeconomics, a nova política econômica do governo Shinzo Abe, está provocando um entusiasmo nos consumidores japoneses, principalmente entre os mais idosos. Eles se mostram dispostos a aumentar os seus consumos, meta perseguida pela política, que está provocando uma desvalorização do yen, elevação das cotações nas bolsas de valores, diante de uma recuperação da economia japonesa depois de duas décadas de estagnação. Os consumidores acreditam que o Japão volta a ser competitivo no mercado internacional, seus ativos financeiros estão melhorando seus rendimentos, e revelam uma disposição de aumentar os seus consumos, que devem estimar o mercado interno para as produções locais, ainda que com pequena elevação dos custos de importação.

As vendas dos grandes varejistas acusaram um crescimento de 2,4% depois de vinte anos. Os economistas locais estimam que a economia japonesa deva crescer cerca de 2,1% no trimestre, o que vem sendo compartilhado também pelas estimativas do governo. Depois de muito tempo, todos sentem que algo está sendo feito. Na realidade, o patrimônio das famílias já era expressivo, mas elas estavam conservadoras no consumo, o que se alterou radicalmente. Com a perspectiva de inflação, ao contrário da longa deflação, os consumos não serão mais postergados.

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Ainda que o consumo interno esteja se aquecendo, nem todos os dados são uniformes, como na produção industrial, pois ainda a demanda externa continua baixa, diante do modesto crescimento na economia mundial. Os estoques estão sendo consumidos e há um otimismo, mas ainda os pedidos externos não cresceram, sendo que os que não possuem valores mobiliários, que são 88 por cento da população, ainda não possuem elevações de renda.

Mas as redes de varejo se sentem estimuladas com o entusiasmo que está se generalizando, mostrando que estes efeitos acabam contagiando a população. Ainda que as bolsas não beneficiem muitos japoneses, somente as notícias positivas já acabam provocando uma mudança de clima.

Os empresários estão aplaudindo a nova política econômica e os meios de comunicação social acabam noticiando alguns aspectos positivos, ajudando a multiplicar este sentimento. Os analistas mais rigorosos ainda apresentam suas dúvidas, mas reconhecem que as mudanças podem ser positivas.

Evidentemente, o esforço que está sendo feito pelas autoridades demanda tempo para maturar, e não está totalmente garantido que surta efeitos positivos, pois sempre haverá os que necessitam pagar a conta, podendo haver somente uma bolha inicial.

Mas os experientes responsáveis pela política econômica sabem que precisam fazer suas apostas, assegurando a retaguarda para o setor privado mais agressivo, inclusive de elaborações da infraestrutura no exterior. Eles precisam se consolidar como competitivos com outros vizinhos asiáticos, como a Coreia que já reclama da desvalorização cambial japonesa, bem como a China que também necessita de expansão tanto interna como externa.

Com o mundo desenvolvido não se encontra muito dinâmico, os países emergentes como do Sudeste Asiático, da África e até da América Latina acabam se tornando alvos. Espera-se que estes entusiasmos proporcionem benefícios também no mercado mundial, com um intercâmbio mais extensão, inclusive de matérias-primas que possam ser oferecidas pelos países emergentes.



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