Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

O Efeito da Melhoria da Distribuição de Renda

9 de maio de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , ,

O site do The Economist questiona porque os brasileiros, apesar do baixo crescimento de sua economia, se mostram satisfeitos, como também é criticado no Brasil por muitos opositores ao governo. As pesquisas efetuadas pelas entidades como o IPEA – Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, entidade vinculada ao Ministério do Planejamento, e outras que avaliam a satisfação da população ou o prestígio do governo mostram que a maioria esmagadora dos brasileiros está satisfeita, achando que seus padrões de vida melhoraram nos últimos anos. O fato concreto é que está ocorrendo uma significativa melhoria na distribuição de renda, com os salários mínimos e dos trabalhadores melhorando de forma real, ainda que a minoria que vive de ganhos financeiros esteja incomodada.

Os dados são sempre relativos, e apesar do intenso noticiário que a grande maioria dos países do mundo enfrenta enormes dificuldades, com recuperações econômicas modestas, ou com redução do crescimento como ocorrem com os grandes emergentes como a China e a Índia, muitos tendem a enfatizar somente o que acontece com aqueles que lhes interessam criticar. A economia inglesa certamente não se encontra em boa situação, como toda a Europa, e certamente o Brasil poderia ter uma melhor performance. Mas o governo prefere dar prioridade para a eliminação da miséria absoluta, melhoria de renda daqueles que estão na base da pirâmide e que são expressivamente mais numerosos do que aqueles que estão no topo, proporcionando-lhes apoio eleitoral.

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O fato concreto é que existe uma campanha eleitoral já em curso, e muitos que estão em melhor situação no Brasil gostariam que houvesse uma vitória da atual oposição, ainda que não haja uma boa articulação e nem as pesquisas indiquem esta possibilidade como a mais possível. Mesmo com posições críticas, muitos reconhecem que o nível do desemprego no Brasil é modesto, enquanto ele está calamitoso em muitos países, principalmente europeus.

Muitos criticam que a atual assistência brasileira aos desamparados não é sustentável, mas não observam que mesmo nos países europeus os governos estão sendo obrigados a assistirem aos desempregados, ao mesmo tempo em que nos Estados Unidos há um grande esforço para ampliar a educação e a assistência médica.

Poderia haver uma maior racionalidade, com melhoria da infraestrutura, correção de alguns aspectos da política econômica, redução dos gastos públicos, mas muitos admitem que as direções do que vem sendo perseguido pelo governo estão corretas, havendo dificuldades de gestão, e o processo atual não é sustentável por muito tempo. Pergunta-se se o que está sendo feito na Europa ou nos Estados Unidos, e mesmo no Japão, também não seriam igualmente questionáveis? Na realidade, os governos fazem o que podem, e nem sempre o que querem.

Realmente, os resultados poderiam ser melhores no Brasil como no resto do mundo. O problema principal parece a falta de confiança dos empresários com relação aos seus governos, tanto que se dispõe de ativos financeiros abundantes que não são transformados em investimentos que criam emprego ou produções adicionais. A demanda mundial não ajuda, e somente os investimentos em infraestrutura podem ajudar, no momento, todas estas economias, o que também está sendo tentado no Brasil com a aceleração das licitações para os projetos público/privados.

Lamentavelmente, não parece haver uma solução mágica para todos estes problemas, no Brasil como no mundo. O crescimento só poderá ocorrer de forma modesta e será necessário um pouco de paciência. Que existem espaços para melhoria da eficiência, principalmente governamental, parece que todos podem concordar.



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