Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Japão Estimula Investimentos na África

1 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , ,

Com a realização da Tokyo International Conference on Africa Development, o primeiro-ministro Shinzo Abe comprometeu-se a ampliar as assistências para os financiamentos da elaboração de projetos de infraestrutura naquele continente, conforme notícia publicada no jornal econômico japonês Nikkei. Na realidade, os chineses já estavam ampliando substancialmente seus investimentos na África, mas o Japão ainda só efetuava investimentos de pequeno porte. Agora, dentro da nova política econômica que ficou conhecida como Abeconomics, os japoneses estão mais agressivos fazendo com que suas empresas ampliem suas atividades no exterior, inclusive na África.

Como muitos países africanos eram pobres, eles eram elegíveis para os chamados ODA – Oversea Development Assistence, com recursos baratos de longo prazo, inclusive doações. Alguns destes trabalhos eram efetuados de forma tripartite, inclusive contando com recursos humanos brasileiros, notadamente nos países de língua portuguesa. Mas, agora, eles parecem mais agressivos para competir inclusive com os chineses, que pretendem ampliar a presença de recursos humanos naquele continente, o que desagrada parte das autoridades locais. Se estes projetos forem possíveis de serem efetuados com a participação de empresas brasileiras, estas contam com maior simpatia entre os dirigentes locais.

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Participantes da  Tokyo International Conference on Africa Development

Os japoneses estão mais agressivos nestes investimentos em infraestrutura no exterior, e isto interessa também para o Brasil, pois outros países emergentes, principalmente do Sudeste Asiático também estão sendo contemplados, assunto que deveremos cuidar num artigo em separado.

É preciso que haja alguns cuidados nestes projetos, para não gerarem resistências locais. Os brasileiros costumam ser tratados como irmãos mais velhos, pois também fomos colônias de metrópoles europeias, como muitos dos atuais países africanos, tendo conseguido a independência há mais tempo.

Também os africanos entendem que o Brasil não possui aspirações imperialistas com as quais muitos países hoje emergentes enfrentaram dificuldades. Com as quedas dos preços e das demandas internacionais de petróleo e recursos minerais, os países africanos necessitam contar com investimentos em outros setores para utilizarem suas infraestruturas, no que a experiência brasileira também pode ser útil.

Portanto, tudo indica que um intercâmbio tripartite, do Japão com o Brasil e um país africano pode resultar em efeitos mais interessantes, acabando de se tornar de interesse das empresas brasileiras que atuam na área da construção pesada, utilizando equipamentos e financiamentos japoneses.



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