Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Melhoria da Educação Básica no Brasil

24 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Observando-se as discussões atuais sobre as manifestações populares que se observam nos últimos dias no Brasil, apresentando as reivindicações de grandes coletividades na rua, nota-se que o despreparo educacional vai das autoridades, dos acadêmicos, dos jornalistas como até dos supostos líderes de alguns movimentos, demonstrando o fracasso da educação no Brasil. Postamos no dia 21 de junho um artigo sobre o Prêmio Nobel Amartya Sem, referindo-se ao assunto da educação básica na Índia comparando com o que a China vem fazendo. O caso brasileiro parece merecer também uma consideração semelhante, com elevada prioridade para a educação básica, de onde vai se exigir aperfeiçoamento até nos níveis universitários, capacitando a todos com uma visão humanística mais profunda.

Postamos, também, um artigo sobre as lições do indiano Salman Khan, apoiado no Brasil pela Fundação Lehmann, que coloca a disposição dos estudantes brasileiros, gratuitamente pela internet, uma grande massa de lições de elevada qualidade didática. Outras tentativas também estão em andamento, como a disseminação do método Kumon. O que se espera é que, além de tudo isto, com a orientação governamental de uso integral dos recursos do pré-sal para a educação, haja sensíveis avanços no atendimento desta legítima reivindicação popular.

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Imagens de Confúcio, Dante Aleghieri, Tomás de Aquino e Martin Lutero

Entre os muitos que colaboraram na elevada prioridade para a educação, destaca-se Confúcio, mais conhecido na Ásia, cujos ensinamentos influenciaram os chineses, os japoneses, os coreanos e uma parte substancial dos países asiáticos que concedem grande prioridade para o ensino, proporcionando elevado status para os que transmitem conhecimentos, os professores.

No Ocidente, desde os filósofos gregos e também no Império Romano, sempre se destacaram os que se preocupavam com a educação, mesmo que fossem das elites. Tomás de Aquino teve a sua importância na educação católica. O Humanismo consolidou-se com contribuições como de Dante Alighieri, dando uma visão mais ampla. Com a Reforma, destacou-se a importância do povo aprender a ler para poder ter acesso direto à Bíblia, com influência de Martin Lutero. Os norte-americanos acabaram especializando os conhecimentos, principalmente no século XX.

Atualmente, com a disseminação dos meios eletrônicos dando prioridade à velocidade, parece que as informações estão se tornando mais sintéticas e superficiais, sem as formações mais profundas que permitam dotar os seres humanos da capacidade de pensar, inclusive com reflexões considerando os variados aspectos envolvidos em qualquer trabalho, parece estar sacrificando a boa formação dos recursos humanos.

No Brasil, sempre prevaleceu a preocupação bacharelesca, não se dando a devida importância aos que não possuem a educação formal expressa num diploma universitário. Mas parece chegada a hora da educação voltar a ser considerada com maior seriedade, para acompanhar o que ocorre no mundo, com espírito crítico, mostrando que estes espasmos de manifestação popular não se restrinjam aos aspectos emocionais, mas ajudem a consolidar sistemas políticos que levem ao desenvolvimento econômico, político e social.

A educação deve ser no sentido de valorização do trabalho para a realização dos seres humanos, do respeito à Lei que deve sofrer constantes aperfeiçoamentos, e o respeito à atividade política deve ser destacada como uma das tarefas mais nobres dentro da sociedade. Que se respeitem os eleitos democraticamente e sejam cobrados pelo exercício dos mandatos a que foram designados.

Sem uma educação ampla e profunda, a sociedade brasileira perderá na eficiência comparada com o resto do mundo globalizado, ficando sem a capacidade de proporcionar à sua população estágios superiores de bem-estar no seu sentido mais amplo. Os professores precisam ser prestigiados.



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