Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

O Duro Aprendizado e Conservação da Democracia

17 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , , ,

Sempre é bom falar sobre as esperanças, ainda que tenhamos que enfrentar também as duras realidades. A secular Pérsia, atual Irã, passa por mais uma esperançosa transformação utilizando os sistemas democráticos, ainda que muitos entendam que ainda é prematuro falar na sua consolidação. O fato concreto é que o moderado Hassan Rohani, utilizando a televisão para apresentar suas ideias claras e seus programas sobre o que o seu país está necessitando, conseguiu ganhar as eleições no primeiro turno, obtendo a maioria de forma surpreendente para muitos. Seu corajoso comportamento criticou antes até o governo que está saindo, considerado autoritário, mostra que existem esperanças fundadas. Levando em conta a os acontecimentos recentes de algumas décadas, muitos se esquecem da longa cultura persa que possui uma invejável história de muitos milênios. Quando minha filha disse que viajaria sozinha pelo interior do Irã, recentemente, confesso que fiquei com alguma apreensão, mas seus relatos são de um povo de grande hospitalidade, que acolhe até os desconhecidos em suas modestas casas dividindo seus alimentos e, ainda na partida para outras jornadas, oferecem o necessário para estas viagens, sem nada pedir em retorno. Com isto, quero tentar ressaltar que as imagens que muitos fazem sem conhecer a realidade, ainda que parcialmente captada, pode se enganosa.

Todos estão expressando suas esperanças, inclusive revistas internacionais críticas como The Economist. Os profissionais que acompanham o que acontece no Irã, onde o seu petróleo é relevante no mundo, também revelam grandes esperanças, inclusive com diálogos com os Estados Unidos e seus aliados. Os que convivem com iranianos refugiados em Paris, por exemplo, aguardam que dias melhores chegarão à pátria dos seus amigos. Neste site, procuramos divulgar a gigantesca Ásia que poucos conhecem, a não ser pelos seus aspectos exóticos. Assim como o Brasil é só conhecido por alguns aspectos que chamam a atenção, como sua Amazônia, o carnaval, o futebol que todos esperam que melhore tornando-se competitivo com os mais respeitados no mundo. Apesar de todos os pessimistas que existem em todos os lugares, os brasileiros são reconhecidos como duros trabalhadores que sabem também viver com alegria.

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Enquanto isto, a Europa e os Estados Unidos passam por provas difíceis que todos esperam que sejam transpostas, pois afetam os fundamentos da democracia. Poucas vezes se ouviu em regimes abertos onde os dados tributários fossem utilizados politicamente contra os opositores, como ocorreu nos Estados Unidos, o que não aconteceu até no Brasil durante o período autoritário. Considerados por muitos como um dos maiores exemplos da defesa das privacidades dos cidadãos. Até famosos dissidentes chineses afirmam que os norte-americanos não diferem da China, pois seus cidadãos estão sendo vigiados pelo Grande Irmão, mesmo que Barack Obama alegue que se trata da segurança nacional. Membros da imprensa estão sendo acompanhado nas suas ligações telefônicas, o que se sabia que já vinha ocorrendo no combate às drogas, pelos satélites e controle dos meios de comunicação. Estas questões abalam os fundamentos da democracia, infelizmente, esperando-se que seja corrigido o mais rapidamente possível.

No Brasil, continuamos a tentar aprender a lidar com a democracia, que se caracteriza pelo império da lei representado pela Constituição de 1988. Eventuais manifestações de insatisfação com o governo, com alguns atos das autoridades, devem ser feitos nos limites que não afetam os direitos dos outros. Na minha modesta opinião, a democracia caracteriza-se pela convivência com outros com os quais não concordamos. Ainda que alguns jovens de classe média não concordem com as restrições impostas pelas autoridades, parece-me que o caminho correto é concorrer eleitoralmente, respeitando os resultados obtidos pela maioria. Não me parece legítimo interpretar que temos melhores condições de julgar que a maioria dos eleitores, e se existem pessoas eleitas, há que se respeitá-las, durante os seus mandatos.

O exercício da política é difícil, há que se compor até com os quais não concordamos, mas vamos aprendendo aos poucos, ainda que sempre haja aqueles que pensam que existem atalhos que podem abreviar as mudanças, o que é um autoritarismo. Elas precisam ocorrer de forma democrática, se desejamos que os nossos direitos que vão até o limite dos outros, sejam respeitados.



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