Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Trens de Elevada Velocidade Maglev

4 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Na provável visita da presidente Dilma Rousseff ao Japão no final deste mês, as fontes japonesas informam que dois assuntos mais importantes estão na pauta para entendimentos no nível máximo com o primeiro-ministro Shinzo Abe. A possibilidade da participação japonesa no sistema de trem rápido ligando Campinas, São Paulo ao Rio de Janeiro, que demandará grandes investimentos e prazos longos para a sua implantação. A construção da plataforma gigante que daria suporte às atividades do pré-sal, pelos grandes grupos japoneses para a Petrobras, com volumosos financiamentos. Se estes projetos forem concretizados, ainda que haja muitos problemas, o patamar do intercâmbio bilateral entre o Brasil e o Japão sofrerá uma significativa elevação. Tudo isto poderá ser confirmado pela possível visita do primeiro-ministro japonês ao Brasil, aproveitando a sua viagem a Buenos Aires, que deverá decidir sobre a sede das Olimpíadas de 2020, onde Tóquio é um dos fortes candidatos.

O respeitável jornal japonês Yomiuri Shimbun anuncia o sucesso do teste do Maglev daquele país que alcançou a surpreendente velocidade de 550 quilômetros por hora, efetuado na província de Yamanishi. O nome deste trem é Tsuru, semelhante à cegonha, e evidentemente tem um desenho aerodinâmico, mostrando que os japoneses continuam fazendo suas pesquisas para o desenvolvimento dos seus trens de elevada velocidade, dispondo de tecnologias de ponta que se destacam pela sua segurança.

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Trem rápido Tsuru. Foto: Yomiuri Simbun

O único projeto comercial deste tipo de trem que levita está atualmente em Xangai, na China, utilizando a tecnologia desenvolvida pelos alemães. Como estes trens utilizam um campo magnético, não apresenta atritos com os trilhos não provocando nenhum barulho durante o seu rápido deslocamento, salvo o atrito com o ar.

O projeto em funcionamento em Xangai liga o aeroporto aos arredores da cidade, num trecho relativamente curto, chegando à velocidade próxima de 400 quilômetros horários, que atinge em poucos minutos. Este tipo de trem exige terrenos planos com o mínimo de curvatura, não sendo recomendável para áreas intensamente habitadas.

O que parece importante é que o consagrado sistema de Shinkansen do Japão, que não apresentou nenhum desastre significativo em décadas de seu uso, continua sendo aperfeiçoado, mesmo num pais que apresenta terremotos. Estas tecnologias de ponta são difíceis de serem transplantadas para outros países, pois um dos grandes problemas é a sua manutenção, que exige pessoal extremamente especializado.

Outra característica da tecnologia japonesa é que cada unidade que poderia ser chamada de vagão, conta com tração própria. Isto permite o desdobramento de um longo comboio em diversas partes, havendo grande flexibilidade para a subida ou decida de terrenos com grande desnível, como entre São Paulo e Rio de Janeiro, que apresenta mais de 500 metros de diferenças nas altitudes.

Tudo indica que as autoridades brasileiras aspiram por transferências destas tecnologias, com partes produzidas no Brasil, pois com o tempo muitas linhas serão estendidas para outras ligações. Até agora os japoneses vêm mostrando uma forte disposição de financiarem parte substancial do projeto, mas ainda existem preocupações para o custeio dos déficits que devem ocorrer nos primeiros anos de operação.



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