Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Confirmação do Empréstimo Japonês para a Petrobras

18 de julho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Ainda que nem sempre divulgado adequadamente, o JBIC – Japan Bank for International Cooperation é um dos maiores credores do Brasil, principalmente por intermédio da Petrobras para fornecimento de equipamentos de origem japonesa, e agora de subsidiárias de empresas japonesas instaladas no exterior, inclusive no Brasil. O jornal econômico Nikkei confirma num artigo publicado na edição de 17 de julho, que o montante chega ao limite de US$ 1,5 bilhão, envolvendo também instituições privadas lideradas pelo Banco Mizuho.

O Japão vem se esforçando para que seus equipamentos sejam competitivos com outros produzidos por seus concorrentes, notadamente os vizinhos asiáticos. Para tanto, o atual governo vem desvalorizando o yen bem como ampliando as linhas de crédito de longo prazo para a aquisição dos mesmos, inclusive de suas subsidiárias no exterior. Algumas delas estão instaladas no Brasil e podem se destinar a plataformas como as que visam dar apoio as operações do pré-sal, reformulação de refinarias bem como instalações de gasodutos que foram fornecidos no passado, sem que estejam sendo utilizados adequadamente.

logo_jbic_thumbMizuho-logo

O artigo informa que, no futuro, estas operações também podem contemplar fornecimento a outras empresas estrangeiras, pois nestes projetos mais complexos muitas partes acabam sendo fornecidas por outras empresas, dentro de um pacote onde predominam os fornecimentos japoneses.

Na realidade, com o mundo globalizado, nem todos os equipamentos podem ser fornecidos somente por um país. Muitas empresas japonesas possuem instalações no Sudeste Asiático como em outras partes do mundo, devendo ser beneficiadas quando seus produtos são mais competitivos que os produzidos no Japão.

Certamente, o JBIC – Japan Bank for International Cooperation é a instituição que mais veio financiando o Brasil, inclusive em projetos como o de saneamento tanto do Rio Tietê como os que beneficiam a Baixada Santista. Todas as operações bancárias, de longo prazo, estão hoje centralizadas nesta instituição.

Entre outras fontes de recursos, o JBIC utiliza os alocados pelo governo japonês que decorrem de depósitos feitos no seu sistema de correio, que são poupanças substanciais e estáveis que podem ser destinadas às operações de longo prazo, como as que envolvem fornecimentos de equipamentos pesados.

Como é uma instituição que conta com um corpo enxuto de funcionários, procura contar com a parceria dos bancos privados, que normalmente entram com recursos em menor escala, mas utilizam seus funcionários para avaliação e detalhamento das operações. Entre os bancos privados japoneses, o Mizuho vem ampliando as suas operações externas, mas costuma-se estabelecer um pool com outras instituições, de forma a distribuir seus riscos.

Estas operações são interessantes, pois o sistema financeiro mundial está se tornando mais conservador, evitando riscos em países emergentes que não apresentam uma boa condição macroeconômica no momento. Mas, com a visão de longo prazo, os japoneses consideram que os riscos brasileiros são razoáveis, notadamente quando voltado às atividades relacionadas à produção de produtos relacionados com a energia, mesmo que estejam havendo alterações na matriz energética mundial, com o aumento de outras fontes afora do petróleo e gás associado.



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