Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Os Problemas da Produção de Petróleo e Gás do Xisto

16 de julho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Um assunto que vem sendo tratado por muitos artigos publicados nos mais variados veículos de comunicação social do mundo é o da extração do petróleo e o gás do xisto, mediante a fragmentação hidráulica de suas rochas com o uso abundante da água com produtos químicos. Entre outros problemas de sustentabilidade, existe uma forte pressão para a redução da água que está se tornando um produto raro em diversas regiões. O custo de seu transporte passa ser importante nesta exploração. Algumas empresas como a Halliburton, Baker Hughes e FTS International nos Estados Unidos estão tratando a água de poços já utilizados para o seu reuso. Mesmo empresas menores estão adotando as mesmas tecnologias. Uma equipe da Reuters elaborou um longo artigo sobre o assunto.

Até recentemente, muitas empresas consideravam a reciclagem muito cara, usando somente as frescas. Mas elas estão sendo forçadas as reutilizações que, feitas em grande escala, acabam baixando seus custos, e contando com alto teor de sal proporcionam melhores resultados. Os ambientalistas afirmam que estas empresas nada fazem para evitar a contaminação das águas subterrâneas e só facilitam a extração de combustíveis fósseis que produzem gases que contribuem para o aquecimento do clima, não resolvendo seus problemas.

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Campos de exploração do xisto

Myron Arnowitt, diretora da Pensilvância for Clean Water Action, afirma que não está se reduzindo o potencial de contaminação das águas subterrâneas nestas explorações. Segundo os estudos apresentados pelas empresas numa conferência de engenheiros de petróleo, os custos de sua produção estão sendo reduzidos. A STF International informa que estão usando 100% da água reciclada, com os mesmos resultados. Para maior conforto na situação para esta indústria, estão recomendando que todos utilizem águas recicladas nestes fraqueamentos.

Está se sugerindo que a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos estabeleça regras relativas às águas recicladas, sempre que se apresenta um estudo para o fraqueamento hidráulico das rochas de xisto. As empresas que utilizam estas técnicas ainda consideram que estão no período piloto, pois seus custos de transporte ainda são elevados. As questões do uso da água, nos Estados Unidos são de decisões locais.

A indústria para atender as demandas destas tecnologias, como de bombas, válvulas e tubos ainda estão no seu período inicial, passando por um período de elevado potencial. Também estão sendo beneficiadas as empresas que efetuam as análises destas águas. Os reusos estão somente elevando os retornos das empresas exploradoras do xisto.

Muitas empresas estão se especializando na reciclagem da água, com elevadas perspectivas de altos lucros. Elas economizam veículos para transporte das águas utilizadas e seus descartes. Existem regiões onde esta reciclagem é mais eficiente, dada à qualidade destas águas já utilizadas, que não necessitam de outros produtos químicos adicionais em quantidade.

Também existem diferenças decorrentes das profundidades da exploração, e novos poços estão apresentando custos mais elevados diante das oposições das comunidades com as preocupações das águas subterrâneas contaminadas. Também está se constatando o aumento de terremotos nas áreas exploradas, mesmo que a grandes distâncias.

Os especialistas estão constatando que as condições estão em mudanças constantes. As experiências estão sendo acumuladas com algumas empresas explorando grande quantidade de poços, em condições diferentes. Existem também disputas entre as empresas diante de uso de tecnologias consideradas copiadas.

Na realidade, os norte-americanos estão dando menor prioridade às considerações ecológicas, preocupadas com a autossuficiência energética, com baixos custos, mesmo sem conhecer adequadamente os problemas ambientais. No Reino Unido, onde foram localizadas amplas reservas de xisto, a população com maior consciência ambiental não estão autorizando suas explorações como efetuadas nos Estados Unidos.

No fundo, mesmo sem um conhecimento mais adequado do quadro ecológico, está se aumentando a sua produção a qualquer custo, um posicionamento que beira a irresponsabilidade, diante do desconhecimento de sua sustentabilidade, notadamente nos Estados Unidos.



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