Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Tradings Japonesas Aumentam Atividades Agrícolas

8 de julho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , | 2 Comentários »

Mais recentemente, as tradings japonesas estão procurando, com certo atraso, intensificar suas atuações nas transações relacionadas com os produtos agrícolas, inclusive brasileiros. O jornal econômico Nikkei anuncia que agora a Mitsui está participando como minoritário do grupo SLC Agrícola, originário do Rio Grande do Sul, que atua com diversos produtos agrícolas em todo o Brasil, e planeja ampliar suas atividades internacionais de produção. Algo semelhante aconteceu com a Marubeni, que adquiriu a Gavilon dos Estados Unidos para ampliar a sua participação no comércio internacional destes produtos. Também a Mitsubishi está participando do grupo brasileiro Ceagro, com a mesma orientação.

Ainda que o Japão e a Ásia sejam grandes importadores de produtos agrícolas, notadamente commodities como a soja, da qual o Brasil é um grande produtor com a ajuda da tecnologia nipônica, as empresas japonesas não conseguiam aumentar a sua participação na sua comercialização internacional. Agora, parecem ter compreendido que só podem competir com as grandes operadoras mundiais se atuarem de forma global como a ADM, a Dreifus e a Bunge Born assegurando também o seu fornecimento estável. Para tanto, como as empresas multinacionais não conseguem ser eficientes na produção, acabam se associando com grupos como os brasileiros, com comprovada eficiência nas atividades agrícolas.

Marubeni-logomitsubishi_logomitsui_logo

As produções agrícolas exigem um acompanhamento cotidiano, tanto pelas variações climáticas como ocorrências de pragas, que exigem decisões rápidas daqueles que estão encarregados das mesmas. As multinacionais não conseguem contar com as condições para uma boa gestão, diante da complexidade dos seus sistemas de decisão. Os grandes grupos acabam se concentrando na sua comercialização, adquirindo produtos de terceiros ou procurando se associar com grupos locais com comprovadas experiências nestas atividades.

O volume com que precisam operar acaba exigindo a junção da produção de diversas origens, além de atuarem globalizadamente, tanto em termos de fornecimento como de colocação, pois estes produtos agrícolas são commodities cotadas nas grandes bolsas, como a de Chicago, envolvendo riscos que precisam ser minimizados mediante a pulverização dos mesmos.

Segundo o artigo do Nikkei, o Brasil acaba atraindo as empresas japonesas por ser um grande país produtor, detendo cerca de 40% da exportação da soja e 20% de milho, sendo que a SLC Agrícola é uma grande produtora. Esperam estender a sua produção para outros países latino-americanos como na África, que conta ainda com grandes disponibilidades de terras aráveis, notadamente nos países de língua portuguesa. A Mitsui já efetuou operação com a Multigrain da qual é controladora total.

As demandas destes produtos agrícolas continuam em ascensão no mercado mundial, notadamente na Ásia, pois são utilizados na produção de rações para a produção de alimentos para diversos tipos de carne, bem como óleos comestíveis. No entanto, com o objetivo de agregar mais valores sobre as produções brasileiras, as autoridades deveriam priorizar as produções locais de carnes, que já semipreparados, seriam exportados para mercados como os asiáticos, como já vem ocorrendo. Em vez de utilizarem capacidades esmagadoras localizadas no exterior, destinando as rações para a produção de carnes que nem sempre ocorrem com a mesma eficiência.


2 Comentários para “Tradings Japonesas Aumentam Atividades Agrícolas”

  1. Betah Macedi
    1  escreveu às 14:32 em 17 de julho de 2013:

    Não encontrei o que estava procurando mas é um ótimo site.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 08:09 em 18 de julho de 2013:

    Betah Macedi,

    Obrigado pelo comentário.

    Paulo Yokota


Deixe aqui seu comentário

  • Seu nome (obrigatório):
  • Seu email (não será publicado) (obrigatório):
  • Seu site (se tiver):
  • Escreva seu comentário aqui: