Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Dura Realidade e as Esperanças de Aperfeiçoamentos

5 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Quem está acompanhando a discussão que vem ocorrendo sobre a matriz energética esperada para o futuro, como está expresso no artigo de capa do The Economist desta semana, fica impressionado com as mudanças que devem ocorrer nos próximos anos. Todos sabem que esforços estão sendo feitos por todos que dependem da energia para redução dos seus consumos e seus custos, como vem ocorrendo com os veículos. Os produtores tradicionais de petróleo contam com pesadas organizações que obtiveram elevados lucros nos últimos anos, principalmente depois da OPEP – cartel dos produtos de petróleo que provocou uma crise profunda em todo o mundo, com dos choques que abalaram as economias da maioria dos países importadores, inclusive o Brasil. Os produtores tradicionais não conseguem se adaptar rapidamente à nova situação que estão para enfrentar.

De outro lado, mesmo com todos os problemas ambientais que podem provocar o aquecimento global, bem como os demais problemas relacionados com a sustentabilidade, o fraqueamento (fracking) do xisto está permitindo a produção bastante rápida e tumultuada do petróleo e do gás, a custo extremamente barato, afetando até as empresas tradicionais de petróleo. Esperam-se aperfeiçoamentos tecnológicos urgentes que devem reduzir substancialmente os atuais inconvenientes da sustentabilidade destas atividades. Mas, enquanto isto não ocorre, os aumentos das instabilidades climáticas e até de terremotos devem aumentar, afetando mais duramente os mais pobres que habitam áreas mais baixas do mundo.

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Um artigo publicado por Joe Carroll hoje no Bloomberg informa que os produtores de petróleo e gás de xisto estão ocupando parcelas crescentes do mercado que pertenciam às tradicionais empresas de petróleo do mundo, o que chamam titãs internacionais de petróleo. Esta ampliação vem ocorrendo mais acentuadamente nas diversas regiões dos Estados Unidos. Os lucros que estão obtendo são assustadores e acabam se tornando um grupo de pressão política importante naquele país.

Já postamos que George Mitchell, que descobriu o processo de fraqueamento, que faleceu recentemente, depois de enriquecer tornou-se um filantropo, recomendando que os empresários fizessem doações para compensar os inconvenientes que estão gerando. Mas, como o que está ocorrendo se ajusta ao desejo dos Estados Unidos conquistarem a sua independência energética e recuperação de sua economia, acaba se estimulando a sua expansão.

Eles esperam que haja redução das poluições que vêm sendo provocadas pelas termoelétricas que ainda utilizam o carvão mineral, ainda mais poluente. Mas, muitas destas poluições ocorrem em países como a China, que ainda não conseguiu a tecnologia adequada para o seu xisto, que apresenta características diferentes dos norte-americanos.

Um artigo publicado no The Japan Times com base numa nota proveniente da AP informa que as autoridades da Califórnia autorizaram até a atuação das empresas de fraqueamento do xisto na costa daquele Estado, em áreas marítimas que não eram de sua jurisdição. Até os japoneses que ficam no outro lado do Pacífico parece temer as contaminações que podem ocorrer naquele oceano. Alguns países parecem mais conscientes dos riscos, e o Reino Unido, apesar da abundância das reservas de xisto, ainda não se dedicam a sua exploração com a volúpia norte-americana.

O que se pode deduzir é que o interesse econômico e político vão acabar sendo privilegiados, sacrificando-se a sustentabilidade, havendo urgência de avanços tecnológicos que reduzam as inconveniências mais agudas, pois não parece realístico que as preocupações ambientais superem a atual irracionalidade, infelizmente.



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