Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Preocupante Discussão nos Estados Unidos

1 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , ,

Tudo indica que a necessidade de aceleração da economia e a independência energética dos Estados Unidos, mesmo a custo da sustentabilidade, estão predominando no debate que ainda ocorre neste país líder no mundo. As explorações, sem os devidos cuidados ambientais, como do petróleo e o gás do xisto, estão contribuindo para a recuperação da economia norte-americana, com o fornecimento de energia barata e abundante. Acrescenta-se ainda a utilização do chamado tar sands (petróleo da areia congelada) provenientes do Canadá, que utilizaria um pipeline até os principais centros consumidores, que está sendo conhecido como Keystone XL.

Mas os indícios que estes programas estão agravando as contaminações das águas subterrâneas são fortes, inclusive com pesquisas científicas, além de aumentar as possibilidades de terremotos. Também se constatam que está havendo um agravamento do aquecimento global, com consequências catastróficas sobre o degelo, aumento das temperaturas das correntes marítimas, como uma lenta elevação do nível do mar, provocando o aumento das irregularidades climáticas em diversas partes do mundo.

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População norte-americana faz protestos contra explorações do xisto e do Keystone XL

Um artigo da influente Laura Tyson, que já foi presidente do Conselho de Assuntos Econômicos do presidente dos EUA e atualmente professora da Universidade da Califórnia, publicado em português no Valor Econômico, originário do Project Syndicate, indica entusiasmo com a atual evolução da economia dos EUA. Ainda que esteja desatualizada em alguns dados, quando se refere ao crescimento do Japão que estava estimado em 3%, quando já foi reduzido pelas autoridades japonesas para 1%.

Ela se baseia nas recentes pesquisas de McKinsey Global que também têm cometido seus erros, que informam que a economia norte-americana deverá ter um crescimento positivo até 2020, ajudado por fontes de energia do xisto, base de dados gigantescos disponíveis, exportações de setores de alta tecnologia, investimento em talentos e em infraestrutura.

Não parece que paire dúvidas sobre as prioridades dos norte-americanos: mesmo com o sacrifício da sustentabilidade que sensibiliza os mais jovens e alguns segmentos da sociedade daquele país, o crescimento econômico e a independência energética têm precedências.

Nem tudo indica que esta recuperação norte-americana é tão brilhante como pretendem muitos. Há ainda um acirrado debate no próprio país, e a economia mundial não parece apresentar um cenário que ajude nos seus esforços. Como é uma grande economia com muitos fatores positivos, principalmente no seu setor privado, tudo indica que tenderá a superar suas dificuldades, como as de discussão dos seus orçamentos.

Os Estados Unidos estão sendo obrigados a ampliar seus gastos com defesa, com assistência social para os seus idosos, serviços médicos e recuperação de algumas de suas indústrias. O seu setor financeiro veio sendo beneficiado pelo governo e procura influenciar o resto do mundo, não aceitando regras para um maior controle que beneficiaria outros países. Continua necessitando de sua política monetária flexível, que ajuda a se manter competitivo no comércio internacional.

Não se pode afirmar que estão voando num céu de brigadeiro, mas ainda se constitui num país e numa economia do qual dependem muitos outros países.



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