Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Suspeitas Japonesas de um Crescimento Mais Baixo na China

23 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

No passado, as autoridades chinesas anunciavam as medidas de estímulo ao crescimento com grande ênfase. Observa-se que agora algumas medidas que procuram preservar o crescimento ao nível de 7% ao ano estão sendo anunciadas pela imprensa chinesa de Hong Kong com mais discrição, com observa uma análise publicada no jornal econômico japonês Nikkei, elaborado por Hisatsugu Nagao. Apesar do objetivo de um crescimento de 7,5% neste ano, muitos analistas suspeitam que os chineses possam ficar ligeiramente abaixo, em torno de 7%, como vem se observando em todo o mundo. Li Keqiang, o novo primeiro-ministro procura se manter discreto, mas também não pode ficar num crescimento muito baixo, pois sofreria críticas de outros dirigentes do Partido Comunista Chinês.

O jornal South China Morning Post, de Hong Kong, informou que o China Development Bank, vinculado diretamente ao State Council of the People’s Republic of China, trocou memorandos com os governos das cidades de Hebei, Jiangsu e Qinghai sobre o desenvolvimento da infraestrutura. Também sobre construção de aeroportos e habitações públicas, que envolveriam cifras elevadas. Outra notícia informou que o Agricultural Bank of China fez um acordo com o governo local de Xangai, que corresponderia a 12,5% do produto da localidade, estimulando a elevação da cotação do índice de sua bolsa de valores.

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Primeiro-ministro chinês Li Keqiang

Com tudo isto, a economia chinesa continua crescendo, com uma taxa que poderá ser pouco abaixo do objetivo de 7,5%. Existem analistas que entendem que o governo chinês vai baixar a taxa de juros e as reservas exigidas dos bancos diminuirão, para estimular a expansão do crédito. Tudo se cogita para não permitir que o crescimento fique abaixo deste nível.

Não há sinais que o Banco Central da China, o People’s Bank of China, venha a adotar medidas de expansão monetária, e, pelo contrário, existem analistas que entendem que a política será restritiva. Existem áreas na China que passam por uma bolha imobiliária, e medidas restritivas nesta área também parecem estar sendo adotadas.

Como Li Keqiang começou a promover medidas de reforma que poderiam reduzir o crescimento da economia, o mercado acabou entendendo que haveria uma tendência neste sentido. O primeiro-ministro mudou o seu discurso, para preservar o crescimento de 7% ao ano, acalmando o sentimento de sua redução.

Ele ainda não se consolidou no comando do governo e parece não se sentir à vontade para aprofundar as reformas. O governo parece empenhar-se em evitar críticas mais fortes, deixando o crescimento prosseguir de forma que não prejudique os projetos de reforma.

Este ajustamento fino que precisa ser feito parece ser a orientação atual do governo chinês, que não é fácil como ocorre em todas as partes do mundo.



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