Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Mudanças dos Comportamentos Japoneses no Brasil

16 de setembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , | 2 Comentários »

Quem acompanha o noticiário dos jornais como o Valor Econômico observa algumas mudanças no comportamento das empresas japonesas com relação ao uso da mídia brasileira. O gigantesco grupo Hitachi vem publicando anúncios de grande porte, com caráter institucional, o que também é feito por suas grandes concorrentes mundiais. Na edição de hoje, constam três notícias relacionadas com iniciativas de grandes grupos japoneses, ainda que em setores diferentes. A Mitsubishi Eletric anuncia que, mesmo tardiamente, ingressa no mercado de elevadores, para competir com as multinacionais ThyssenKrupp, Atlas-Schindler e Otis, pois seus equipamentos são de destacada qualidade, que começaram pelo mercado japonês e se estenderam por todo o mundo.

Os equipamentos japoneses costumam se destacar pela sua precisão como pela economia de energia que consomem. A Daikin anuncia que abrirá uma fábrica em Manaus para produzir equipamentos de ar condicionado como outras voltadas à redução do consumo de energia em edifícios brasileiros, que estão bastante atrasados neste segmento. E a Ajinomoto que já atua há tempos no mercado de produtos alimentícios anuncia a expansão de suas atividades utilizando a marca Satis para ampliar o seu espaço no varejo, inclusive do molho de soja conhecido como shoyu, que não se restringe mais à culinária de origem japonesa.

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Todas estas empresas japonesas possuem conhecimentos de longa data do mercado brasileiro, tanto com experiências positivas como algumas dificuldades, diretamente como por intermédio de coligadas. Se elas anunciam agora estas iniciativas, já acumularam longos e profundos estudos feitos pelos seus funcionários, esperando que também utilizem informações locais, pois, ainda que contem com produtos de qualidade, necessitam efetuar suas adaptações às condições específicas locais.

A Ajinomoto já conta com uma longa experiência, inclusive com produtos voltados para o varejo, e anuncia que competirá com empresas tradicionais como os produtores e fornecedores de shoyu. Desnecessário que se alerte para as novas tendências mundiais de alimentação sadia, que reduzam a utilização do sódio, sempre exagerado em países tropicais como o Brasil.

A Mitsubishi Eletric e seus elevadores são reconhecidos pela sua qualidade, tanto relacionado à sua precisão, eficácia como economia de energia elétrica. Lamentavelmente, os produtos disponíveis no mercado brasileiro são de tecnologias que estão defasadas, e sempre se questionou porque produtores japoneses não ingressavam neste mercado. Nos elevados edifícios, mesmo em áreas que contam com problemas como os terremotos, nota-se sua velocidade desconhecida no Brasil. Afirmam que efetuam testes com um copo de água que não pode trepidar mesmo nas acelerações como desacelerações tudo com o mínimo de consumo de energia e controles computadorizados que permitem o atendimento das demandas com a maior racionalidade, oferecendo todos os meios de segurança necessários. Também atuam com eficiência na área das escadas rolantes.

Todos sabem que os sistemas de ar condicionado disponíveis no Brasil consomem energias em exagero. A Daikin já trabalhava neste mercado com produtos importados, mas espera-se que tenha a flexibilidade para produzir localmente aparelhos com as últimas tecnologias disponíveis. Como o Japão enfrenta uma terrível crise de fornecimento de energia, seus consumos continuam sendo reduzidos, fazendo com que mesmo os equipamentos de menor porte, como os residenciais, utilizem o mínimo de energia.

Na realidade, não se trata de equipamentos isolados, mas de tecnologias que permitam a redução significativa de consumo de energia no conjunto de um edifício ou de uma residência, quiçá até de um bairro ou uma pequena cidade.

As adaptações tecnológicas no Brasil, até pelo atraso em que se encontra, oferecem boas oportunidades, que estas iniciativas devem procurar aproveitar. Espera-se, realmente, que elas estejam voltadas a um horizonte mais longo, pois a energia tem se tornado mais cara no Brasil. E nos alimentos, espera-se que todas as disponibilidades de recursos naturais do país sejam mais bem aproveitadas.

Como todos estes empreendimentos utilizam equipamentos, tecnologia e componentes importados, espera-se que uma parte da produção feita no país volte-se à exportação, até para evitar os riscos cambiais, provocar a redução da tributação e a utilização de recursos financeiros mais convenientes, além de um melhor aproveitamento do sistema logístico que sempre tem duas faces.


2 Comentários para “Mudanças dos Comportamentos Japoneses no Brasil”

  1. Carlos Silva
    1  escreveu às 12:39 em 26 de novembro de 2013:

    Dr. Yokota:

    A Mitsubishi Electric, recentemente, comprou o controle acionário de uma fabricante brasileira de elevadores chamada Lgtech Elevadores.

    Ouvi dizer que o pessoal de Mogi das Cruzes ficou triste com a Daikin, pois esta decidiu instalar uma NOVA fábrica em Manaus.

    Abraços.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 20:47 em 26 de novembro de 2013:

    Caro Carlos Silva,

    Obrigada pelas informações.

    Paulo Yokota


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