Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Uma Aula de Jornalismo Semanal de Qualidade

4 de setembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Imprensa, Notícias, webtown | Tags: ,

Uma das mais respeitáveis revistas semanais no mundo, o The Economist, que completou 170 anos no último dia 2 de setembro, publica no seu site uma explicação didática do processo de elaboração de suas edições. Acaba sendo uma lição útil até para aqueles que não são jornalistas, mas procuram acompanhar o que acontece no mundo, de forma muito dinâmica, cobrindo uma vasta área de interesse, evidentemente com uma seleção que está influenciada pela forma com que seus responsáveis pensam. Explica-se que o processo é duplo, vindo de cima para baixo, como de baixo para cima, começando na sexta-feira pela manhã de Londres, quando os seus leitores assíduos estão tomando conhecimento do número anterior, hoje pelo uso dos meios eletrônicos que já fica disponível na noite de quinta-feira no Brasil.

Para os que não conhecem devidamente a revista The Economist, é preciso informar que existem duas edições impressas, uma destinada ao seu público na Grã-Bretanha, e o que vai para os Estados Unidos e o resto do mundo, havendo indicação no índice de cada edição eletrônica, os que vão à edição impressa para os ingleses, mas que são também acessíveis para os assinantes. Existem dois grupos de editores que são encarregados do que chamam de front half (que cobrem a Grã-Bretanha, os Estados Unidos e os departamentos estrangeiros), e o chamado back half (Negócios, Finanças e seções científicas). As linhas gerais são apresentadas numa reunião no escritório do editor chefe com as matérias candidatas provisórias, inclusive a matéria de capa, onde toda a equipe editorial pode comparecer.

theecon

A principal reunião editorial, segundo o artigo da própria revista, acontece na segunda-feira no mesmo local, onde todos do corpo editorial podem comparecer, sendo que muitos ficam de pé. São lidas as matérias elaboradas e eventuais sobreposições são resolvidas pelo editor chefe.

Cada edição comporta cinco ou seis matérias líderes, mas dez ou mais podem ser propostas, havendo uma acirrada disputa para a sua definição, incluindo a posição da revista. Acontece também que estas definições nem sempre ficam claras, com o editor anunciando as que ficarão escolhidas, mas preservando ao editor a possibilidade de uma definição posterior. Esta definição da segunda-feira já à tarde continua provisória.

Numa reunião menor na manhã da quarta-feira, são informadas as mudanças que podem ter ocorridas, que ficam quase prontas à noite do mesmo dia. Mas pode haver ainda uma mudança na quinta-feira quando a edição é fechada, podendo haver mudanças se algo importante ocorrer.

As capas não são necessariamente as que envolvem as notícias principais, pois são preparadas com maior antecedência, podendo se referir a algum relatório especial. Mas procura-se efetuar uma mistura, havendo casos como o que colocou a foto do Bashar Assad, ainda que não fosse ainda o assunto principal. Há também pequenas peças que chamam de canapés, que são mais atualizadas, podendo ser provenientes dos diversos blogs, vídeos ou debates. As versões eletrônicas acabam sendo mais ágeis que as edições semanais que vão ser impressas.

O artigo informa que o The Economist não pretende cobrir tudo, mas servir de filtro para os seus leitores, procurando fornecer os temas que consideram mais importantes, procurando dar uma perspectiva distinta para a sua análise, numa forma compacta e semanal.

Pode-se comentar que eles vêm conseguindo este objetivo ao longo dos últimos 170 anos, consolidando-se como uma das revistas mais respeitadas no mundo, mesmo que se possam discutir muitas de suas posições que possuem uma orientação ideológica clara, tanto que é muito utilizado neste site como um gancho.



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