Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Intensificação dos Entendimentos Asiáticos e no Pacífico

9 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , , ,

Muitos líderes asiáticos, envolvendo também os que se encontram na bacia do Pacífico, estão realizando intensas reuniões em Bali, na Indonésia, base de um importante grupo que se reúne no ASEAN – Associação dos Países do Sudeste Asiático, que congrega 12 países. Procuram intensificar o comércio entre os seus membros, utilizando de um lado a TPP – Transpacific Partnership, composta de 12 países que ganhou uma aceleração nos entendimentos com a adesão do Japão, que também pensa aproveitar o mecanismo para recuperar a sua economia de um longo período de baixo crescimento. De outro, procura-se intensificar entendimentos semelhantes na APEC – Cooperação Econômica Ásia – Pacifico que reúne 21 países. Evidentemente, existem países que fazem parte de muitos acordos, havendo outros que somente de alguns.

Muitos analistas entendem que a TPP – Transpacific Partnership teria objetivos mais geopolíticos, tentando ser um contrabalanço à China que não faz parte dela, diante do aumento de sua importância econômica e recentemente militar. Mas, mesmo com estas diferenças, existem interesses econômicos e comerciais, cujos fluxos procuram melhorar com a redução das barreiras alfandegárias e outras, tarefa que deveria ser realizada mundialmente pela OMC – Organização Mundial de Comércio, cujos entendimentos encontram-se bloqueado desde da Rodada Doha.

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Nenhum deste entendimento é fácil, pois envolve países que contam com produtos considerados sensíveis, que estariam excluídos dos entendimentos por causarem dados irreparáveis para suas economias. Mas, o que está se observando até agora é uma disposição inusitada dos seus líderes para que o máximo de produtos seja incluído, mesmo que provoque alguns danos, que teriam que ser compensados internamente. E o que se divulga é que as alíquotas de importação seriam reduzidas, na quase totalidade dos produtos, a zero.

O desejável é que este esforço fosse universal envolvendo todos os países, mas parece que os líderes entendem que os que envolvem um grupo de países seriam mais factíveis. Assim, os que estão excluídos destes grupos, como o Brasil, acabaria não contando com suas vantagens, com tendência para aumentar a sua falta de competitividade. Como medida compensatória, outros entendimentos teriam que ser elaborados como entre o MERCOSUL com a Comunidade Europeia, que apresenta grandes dificuldades. A esperança é que estes entendimentos regionais acabem forçando o avanço dos entendimentos globais.

Do ASEAN fazem parte Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura, Tailândia, Brunei, Myanmar, Camboja, Laos, Vietnã, sendo observadores Papua-Guiné e Timor Leste. Envolveria mais de 600 milhões de habitantes.

Do APEC participariam Austrália, Brunei, Canadá, Chile, China, Indonésia, Japão, Coreia do Sul, Malásia, México, Nova Zelândia, Papua-Nova Guiné, Peru, Filipinas, Rússia, Cingapura, Taiwan, Tailândia, Estados Unidos, Vietnã, Hong-Kong, compreendendo cerca de 2,6 bilhões de habitantes, mais de 40% da população mundial.

Do TPP participam Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura, Estados Unidos e Vietnã. Observa-se que excluem a China.

Ninguém pode subestimar os entendimentos de qualquer tipo de comunidade com países membros tão diferentes, mas as dificuldades atualmente existentes no mundo acabam operando milagres para a sobrevivência, aceitando-se grandes sacrifícios para a obtenção de algumas possibilidades de aumento no comércio. A quantidade de noticiário com esperanças é impressionante, ainda que existam muitos obstáculos e concessões tenham que ser feitas.

Estes entendimentos são mais fáceis nos seus princípios gerais, mas quando se caminha para os seus detalhes, os setores prejudicados acabam acionando seus relacionamentos políticos com os parlamentares para exigir condições para a sua sobrevivência. De qualquer forma, sempre é uma esperança que haja avanços nas condições para a intensificação do comércio, e que um dia chegue-se a algo mais universal, beneficiando a todos.



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