Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Problemas Com os Bancos Internacionais

29 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: , ,

Se estas notícias não tivessem publicadas num mesmo número do The Wall Street Journal poderia se desconfiar que uma campanha estivesse sendo desenvolvida contra os bancos internacionais. Desde os lamentáveis acontecimentos com os bancos em 2007, com volumosos créditos imobiliários incobráveis por má gestão, os bancos acabaram recebendo exageradas assistências das autoridades para que não ocorresse um problema sistêmico internacional. Tudo indica que os bancos se consideraram imunes de eventuais punições, pois eram demasiadamente grandes para serem abandonados. Esta falta de punição aparenta ter estimulado muitos dos seus dirigentes a efetuarem operações duvidosas que estariam os beneficiando, em prejuízo de toda a economia mundial.

Um artigo escrito por Devlin Barrett informa que parte das negociações do J.P.Morgan Chase & Co. e o governo dos Estados Unidos parece apresentar risco de colapso, segundo fontes bem informadas, diante dos desentendimentos sobre os esforços para reembolsar os fundos controlados pelo governo numa tentativa de resolver uma pendência criminal. O valor desta pendência poderia chegar a assustador montante de US$ 13 bilhões. O banco já teria acordado em pagar US$ 5,1 bilhões para a Agência Federal de Financiamento Habitacional, para resolver os títulos hipotecários que foram vendidos ao Fannie Mae e Freddie Mac que iniciaram a crise financeira atual no mundo. Se o acordo não for obtido, a questão poderá ir para o Judiciário, por iniciativa do Departamento de Justiça dos EUA.

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Outra questão volumosa informa, num artigo elaborado por David Enrich e Jenny Strasburg, que o CEO do Rabobank holandês, Piet Moerland, renunciou e eles teriam que pagar US$ 1,1 bilhão diante da alegação que o banco participou do amplo esquema de manipulação da taxa de juros que seria a referência do mercado internacional, o chamado Libor – London interbank offered rate. As acusações estão sendo feitas pelas autoridades reguladoras dos Estados Unidos, da Grã-Bretanha, da Holanda e do Japão. A penalidade seria a segunda maior até o presente, e envolveria operações de trilhões de dólares de contratos financeiros em todo o mundo.

Os bancos e corretores teriam vendido mais que US$ 3,5 bilhões de empréstimos baseados nestas taxas manipuladas. Outros executivos de bancos como o Barclays e o Royal Bank of Scotland já teriam renunciado. Haverá dificuldades para restaurar a confiança do mercado sobre estes bancos.

Num outro artigo, John Letzing, Chiara Albanese e Katie Martin, relatam as punições contra os executivos que o UBS – União de Bancos Suíços e o Deutsche Bank estariam efetuando sobre as irregularidades com os negócios relacionados com o câmbio.

Autoridades legais do Reino Unido, dos Estados Unidos, de Hong Kong e da Suiça estariam entre os envolvidos nas investigações, que envolveriam moedas de diversos países. Já estariam desaparecidos executivos como do Standard Chartered que teria atuado com outros bancos. Muitos bancos norte-americanos e ingleses também estariam sendo investigados.

O UBS já teria arcado com prejuízos pagos de US$ 1,5 bilhão, além de perdas nas operações de US$ 2,3 bilhões. Também foram feitas provisões para prejuízos em francos suíços.

Como todos estes bancos mencionados estão entre os mais importantes no mercado internacional, com variadas irregularidades que vão de má gestão, manipulação de juros e de câmbio, em cifras de bilhões de dólares, acaba se compreendendo porque os bancos resistem a uma regulamentação mais rígida que vem sendo tentado por diversas organizações internacionais. Ainda haveria muitas operações irregulares a serem apuradas, e as movimentações dos fluxos financeiros internacionais respondem a trilhões de dólares diários. É de assustar até os mais habituados com cifras elevadíssimas. Mas, em algum momento, haverá necessidade de regulamentações mais rigorosas, pois o mundo não pode ficar sujeito a manipulações destas magnitudes efetuadas por executivos das mais renomadas instituições financeiras do mundo.

E eles ainda ficam criticando as irregularidades que certamente também existem nos países emergentes.



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