Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Variados Esforços para Aumento da Democracia na China

7 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: , , ,

Temos que entender que o conceito de democracia pode variar entre diversas culturas. No Ocidente, generalizou-se o conceito de democracia a partir das conquistas obtidas pela Revolução Francesa e Norte-Americana, esperando que todos nós sejamos iguais perante a Lei, possuindo com os votos universais os mesmos direitos políticos. No entanto, há que se admitir que existam poderosos econômica e politicamente, que possuem mais poder de influir nas organizações dos nossos governos. O Extremo Oriente, a influência do confucionismo foi profunda, e as sociedades são hierarquizadas por diversos fatores: os pais costumam ser mais influentes que os filhos, os professores mais valorizados que os alunos, os idoso mais que os jovens, não sendo, portanto, todos iguais, mas mesmo assim razoavelmente democráticos.

Na China, apesar de muitos entenderem que o poder está concentrado no Partido Comunista Chinês, existindo um regime autoritário que restringe os direitos individuais, há que se admitir que nem o presidente e o primeiro-ministro podem fazer tudo que desejam. Existe um poder distribuído pelos membros do Partido, e há um processo de descentralização que vai concedendo maior poder para as autoridades locais, muitos sendo eleitos pela população. Mas, na medida em que vai se elevando o padrão de vida material da população, parece natural que as aspirações por mais democracia aumentem, o que vem ocorrendo pelos meios mais criativos, em que pese às resistências de algumas autoridades.

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Um artigo publicado pelo The Wall Street Journal, de autoria de Josh Chin, informa que ativistas chineses estão indo jantar desafiando Beijing. Como as grandes movimentações de massas contestando o poder na China ainda é coibido, pequenos grupos de chineses estão se reunindo em jantares para discutirem medidas que possam aumentar a democracia no país de forma criativa.

É evidente que existe uma ação das autoridades para evitar manifestações públicas dos ativistas mais radicais e conhecidos. Mas, mesmo num regime autoritário como o da China, os meios eletrônicos disponíveis permitem o uso de artifícios difíceis de serem totalmente controlados.

Muitos nossos amigos asiáticos recebem milhares de e-mails diários das fontes mais diversas, usando variados artifícios para superarem as restrições que são tentadas, nem sempre com sucesso. As manifestações contrárias a algumas autoridades, denúncias de corrupções e outras irregularidades estão aumentando.

Alguns escritores chineses estão escrevendo, na China e fora daquele país, livros relatando as dificuldades das mulheres, dos pobres, dos intelectuais e de outros ativistas políticos, sem que haja meios para a restrição total. Os que procuram posicionamentos políticos públicos acabam sendo presos, mas outros considerados menos subversivos acabam fugindo do controle das autoridades.

Como são muitos os jantares promovidos por pequenos grupos, fica difícil diferenciar o que são movimentos políticos de pequeno alcance que estão se multiplicando, dos encontros somente sociais. E nenhum governo hoje conta com todos os meios para coibir o uso de redes sociais, como está se observando nos países árabes como em outros em que a democracia não é plena.

Mesmo onde existem sistemas democráticos bastante consolidados, não se pode controlar a toda a população, quanto mais nos países que estão aspirando ampliações dos seus direitos democráticos. A íntegra deste artigo do WSJ pode ser obtido em inglês no Google entrando com: Chinese Activist Challange Beiing by Going to Dinner.



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