Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Generalizações que nem Sempre se Ajustam Para o Brasil

12 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: , ,

O Project Syndicate que costuma selecionar bem os artigos que divulgam distribuiu um elaborado por Stefano Scarpetta, diretor de emprego, trabalho e assuntos sociais da OECD – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Parece que nem tudo se ajustar adequadamente para o Brasil e alguns outros países, apesar de estarem explicitamente citados. Ele informa, com razão, que os benefícios do desenvolvimento costumam ser mal distribuído e os jovens que estão pouco empregados tendem a manifestar as suas insatisfações nas demonstrações populares, o que teria começado na Primavera Árabe e estaria se repetindo nos protestos como do Chile, do Brasil, de Israel, da Turquia e da Índia.

Para informar sobre sua posição utiliza um gráfico que está sendo apresentado abaixo, em que seleciona alguns países, mostrando o desemprego dos jovens no quarto trimestre de 2007, o pico que atingiu em alguns países e o que se observa no terceiro trimestre de 2013, onde os piores resultados ficam registrados na Espanha, na África do Sul, na Itália e na Arábia Saudita, sendo que nos dois primeiros supera a 50%.

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Os dados não são brilhantes na maioria dos países, sendo que os melhores seriam da China, do Japão, do México e da Coreia do Sul. A Índia estaria razoável e dos citados, o Brasil e a Turquia estariam no bloco dos intermediários. Os dados do gráfico não parecem ser expressivos para a tese apresentada, podendo se mencionar que em muitos destes países o processo de democratização está em andamento, ao lado de uma melhoria econômica razoável, o que estaria ampliando as aspirações de melhores condições sociais.

O autor tem razão quando registra que em todo o mundo a globalização permitiu a melhora de milhões de pessoas que se encontravam em condições de extrema pobreza nas últimas décadas, ainda que também exista a percepção que a distribuição de renda tenha piorado em muitos destes países. A crise que se espalhou pelo mundo a partir de 2008 deixou muitos jovens desempregados.

A atual agenda de muitos países que estava concentrada no desenvolvimento, em 2014 coloca-se também o problema da distribuição de renda como o segundo tópico logo após a redução das tensões no Oriente Médio, segundo o World Economic Forum Agenda Global Outlook.

Segundo o autor, a disparidade de renda deve-se aos problemas de incorporação de tecnologias, ao lado da corrupção. Proporcionar empregos de qualidade passa a exigir os melhores esforços dos governos. Significaria melhoria da educação e da saúde.

Ele reconhece que no Brasil houve uma melhora na distribuição de renda, mas seria devido ao Bolsa Família, que imaginou os pagamentos mensais feitos para as mães que mantêm seus filhos nas escolas, o que seria um programa inovador, investindo em capital humano.

O autor entende que isto seria o primeiro passo, mas haveria necessidade de ser complementado por práticas e políticas que garantam o crescimento econômico, onde a mudança tecnológica seria relevante. Aumentaria a produtividade com a revolução digital, inclusive nas comunicações, o que estaria sendo feito na Índia, por iniciativa do setor privado. Haveria um avanço no sentido da sociedade do conhecimento.

Ele enfatiza que a educação na primeira infância é crítica, mas encaminhar os estudantes para boas escolas melhoram suas qualificações ajudando os países no seu desenvolvimento. Caminhar para a sociedade do desenvolvimento não significaria minimizar o ensino profissional e técnico, como se tem conseguido na Alemanha, Áustria e Suíça, onde os desempregos dos jovens são baixos.

Ele destaca os caminhos abertos inclusive pelos chamados MOOCS – Massive Open Online Courses.

Stefano Scarpetta entende que existem diversas abordagens que podem ser efetuadas. Se os jovens e os insatisfeitos procuram suas melhoras, existem tarefas importantes a serem desempenhados pelos governos, empregadores, instituições educacionais e a sociedade civil. O desenvolvimento sustentável depende dos trabalhos de todos.



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