Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Tempos Difíceis Para Empresas Que Atuam no Exterior

24 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: , , ,

Quando os crescimentos econômicos deixam de ser espantosos passando para níveis mais baixos, ainda que elevados, os problemas começam a surgir, principalmente quando os custos de produção começam a se elevar. O The Economist, na edição da próxima semana, indica que o fenômeno começa a se observar até na China, que passou de um crescimento de dois dígitos para 7,7% no ano passado, estimando-se que seja de 7,5% ou menos neste e nos próximos anos. Este fenômeno parece que ocorrer também em outros países, mostrando que a recuperação da economia é mais difícil do que se imaginava, com os Estados Unidos registrando menos do que se esperava, as dificuldades europeias continuam importantes, o mesmo acontecendo com o Japão e os emergentes, inclusive o Brasil.

Os custos de produção, notadamente dos salários que acabam sendo os mais importantes, mostram que as multinacionais que estavam entusiasmadas com a China já acusam seus problemas, com o aumento das concorrências das empresas locais. Já não se trata do paraíso onde os problemas naturalmente enfrentados ficavam camuflados pelos resultados excepcionais, que todos esperavam se manter por longos períodos. As reformas a serem executadas na China não podem serem subestimadas nas suas dificuldades, além das elevadas corrupções que continuam difíceis de serem controladas, mesmo no regime autoritário. E persistem os problemas de poluição, não permitindo que o xisto forneça condições competitivas como as que estão se observando nos Estados Unidos.

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A poluição na China preocupa

Mais do que natural que as empresas estrangeiras enfrentem maiores dificuldades num cenário de crescimento mais modesto, pois as empresas locais e até as estatais devem contar com maiores simpatias das autoridades chinesas. E é preciso considerar que as chinesas também enfrentam mais problemas no exterior, como no Brasil, tendo que concentrar o seu foco onde são mais importantes, na própria China.

O artigo do The Economist faz uma lista de casos concretos, onde algumas empresas estrangeiras estão encerrando suas atividades na China, ou sendo obrigadas a se concentrar nas regiões onde possuem melhores condições, ainda que as diferenças regionais chinesas sejam acentuadas.

É preciso entender que muitas empresas locais absorveram tecnologias que foram adaptadas nas suas colaborações com as estrangeiras, para não se utilizar expressões mais fortes. Os problemas para empresas brasileiras como a Vale é que o mercado chinês ficou extremamente estratégico, e um crescimento menor determina uma concorrência mais acirrada com outros fornecedores, não podendo se esperar que os preços cresçam como no passado.

No processo de redução dos custos na China, tudo indica que as empresas estrangeiras tenham menores condições que as locais, pois vieram dependendo dos baixos custos dos salários, e terão que substituí-los por equipamentos economizadores de recursos humanos. Estas dificuldades ocorrem simultaneamente com crescimentos que são mais modestos em outras partes do mundo.

No fundo, um crescimento mais modesto da economia mundial terá que ser acomodado num cenário de aumento das concorrências com outras empresas que ingressaram no mercado. Portanto, as queixas que se observam não podem se restringir à China ou ao Brasil, exigindo que detalhes dos planejamentos sejam mais rigorosos, com as economias possíveis com cuidadosos trabalhos. As dificuldades aumentaram em todo o mundo.



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