Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

As Duras Realidades do Comércio Internacional

11 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: , , , ,

A imprensa nacional e internacional está divulgando uma série de exemplos particularmente interessantes que demonstram a dura realidade na acirrada disputa pelos mercados internacionais. O Brasil enfrenta o duro cinismo dos Estados Unidos que não cumprem sequer as condenações efetuadas pela OMC – Organização Mundial do Comércio no que se refere a sua política de subsídio da produção de algodão, e estabelece uma nova programação para suporte de sua agricultura, não se importando com os reclamos do Brasil como de outros países. Os jornais japoneses registram que a simples desvalorização do yen não é capaz de recuperar suas exportações, dificultando os resultados do chamado Abeconomics. E a China, depois de 65 anos, procura se entender com Taiwan para ampliar as suas exportações.

Todos reconhecem que as suas exportações são estratégias para as políticas de desenvolvimento ou recuperação do crescimento que ainda é baixo em todo o mundo. E que elas necessitam de um conjunto de medidas que não se restringe a um câmbio competitivo, mas de apoio às suas atividades produtivas que podem estar sendo afetadas por outros concorrentes internacionais. Procuram utilizar todos os instrumentos que dispõem, usando também o poder político, pouco importando se estão prejudicando terceiros, mesmo que tenham assinado acordos internacionais globais, como o do âmbito da OMC.

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Plantação de algodão no Brasil

Neste site, temos chamado à atenção que a China vem utilizando populações de origem chinesa que estão espalhadas no mundo para promover suas relações comerciais. Muitos jornais internacionais destacam os entendimentos que estão sendo feitos pelas autoridades da China com as de Taiwan para ajudarem na intensificação destas relações, como vem ocorrendo no Sudeste Asiático, na Europa, nos Estados Unidos e na Austrália. Apesar de décadas vivendo no exterior, alguns por diversas gerações, os imigrantes chineses continuam mantendo fortes vínculos com seus parentes remanescentes nas áreas de suas origens.

Os interesses são comuns, tanto nos investimentos como no comércio, e quando existem receios relacionados com as mudanças de política, como as reformas, os chineses tomam a suas precauções que vieram sendo desenvolvidas por milênios desde a Rota da Seda, inclusive com aplicações em ativos como o ouro.

Os japoneses desvalorizaram a sua moeda praticando uma política monetária semelhante a dos Estados Unidos, mas estão constatando que ela não é suficiente para manterem suas exportações competitivas, para ajudar na recuperação de sua economia dentro da política que chamam de Abeconomics. Estão intensificando investimentos de infraestrutura e de atividades privadas estrangeiras em muitos países do Sudeste Asiático, com maior prioridade. Sabem que estes investimentos acabam fortalecendo os fluxos comerciais dos quais necessitam para ativar a recuperação de suas economias.

Os Estados Unidos estão ampliando suas atividades como a da produção interna de energia, para não dependerem mais de suas importações. Mas estão tomando medidas de apoio aos seus agricultores, como os produtores de algodão que sofrem concorrências como do Brasil e de agricultores africanos. Ignoram normas como da OMC que condenam subsídios, mas quando condenados como na questão com o Brasil, simplesmente não honram sequer as condenações que sofreram, mesmo que isto gere alguns desconfortos diplomáticos.

Há uma verdadeira guerra comercial que dá claros sinais que está se acirrando, num mundo que ainda cresce pouco, como está sendo expressa por um grande número de notícias em todo o universo.



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