Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Cuidadosa Reportagem Sobre a Soja no MT

27 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: , , ,

Ainda que muitos saibam que o desenvolvimento brasileiro processa-se com maior intensidade no interior do país, nem sempre os veículos de comunicação social se preocupam em observar in loco o que está acontecendo. Uma reportagem efetuada pela Mariana Caetano e publicada no Valor Econômico, com o cuidado devido, demonstra a necessidade destas observações efetuadas nas fazendas. A jornalista Mariana Caetano acompanhou o quarto rally efetuado entre 18 a 21 deste mês pelo Mato Grosso pela consultoria Agroconsult visitando 13 cidades e 30 lavouras para constatar o que está acontecendo naquela região do país que vai de Rondonópolis até Sorriso, onde se concentra uma parcela importante da produção de soja naquele Estado.

As lavouras visitadas dão uma boa amostra da evolução da produção de soja, cuja colheita já está na sua metade, e com o início das chuvas acaba se exigindo um cuidado para que a produção obtida não seja prejudicada, notadamente pelo excesso de umidade, além das dificuldades das operações das grandes colhedeiras. Este cuidado é importante, pois as áreas de produção do Brasil estão espalhadas do Rio Grande do Sul até chegar hoje à vasta região conhecida como Mapitoba – Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia, que apresentam desde áreas afetadas pelas secas até as que estão recebendo excessos de chuvas. Como as condições são diversas, muitos analistas e operadores tendem a generalizar observações feitas numa localidade, mas os exames mais cuidadosos permitem diferenciações, que no conjunto indicam uma produção crescente, com produtividade razoável e preços compensadores. Os cuidados necessários foram tomados pela jornalista, mostrando a sua qualidade profissional.

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Os meios de comunicação social localizam-se nos grandes centros urbanos, e as informações recebidas das diversas regiões podem apresentar alguns vieses decorrentes de avaliações mais subjetivas, das quais não estamos livres. Todos chamam a atenção para as irregularidades climáticas que estão afetando o mundo e o Brasil, mas a ampla diversidade das regiões produtoras brasileiras acaba permitindo uma média mais razoável, com dificuldades maiores e menores dependendo das diversas áreas.

Todos os cuidados estão sendo tomados tanto pelas utilizações de variedades mais precoces como mais resistentes às inevitáveis pragas que afetam as grandes lavouras. Hoje, com a ajuda da disseminação das informações as técnicas de plantio, de colheita, como das pré-secagens permitem minimizar as perdas que ocorrem sempre com as produções agrícolas efetuadas em grandes escalas, com variações climáticas acentuadas. Existem preocupações com os armazenamentos como com os escoamentos, mas estão sendo exploradas as alternativas disponíveis, como pelo norte em direção a Santarém.

Todos sabem das limitações da infraestrutura e as colheitas estão sendo antecipadas na medida do possível. Os tempos menos chuvosos, quando costumam ocorrer pancadas localizadas, são aproveitados da forma adequada, mostrando o quanto estas produções dependem dos produtores que acompanham de suas propriedades os detalhes que acabam sendo importantes.

Por mais que as técnicas atuais exijam grandes investimentos em equipamentos, as produções ainda estão pulverizadas e as grandes empresas só se reservam para as comercializações, bem como fornecimentos dos insumos, deixando que as lavouras sejam efetuadas pelas famílias dos produtores, que conseguem se manter atentos a todas as variações que ocorrem durante uma safra.

Da mesma forma, as informações que são veiculadas pelos meios de comunicação social exigem, além dos conhecimentos globais, os que só podem ser obtidos pelas observações mais ricas in loco.



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